Potencial de Aquecimento Global aumentou 6,9% em 2017, superando o crescimento da atividade económica

Confagri 18 Out 2019

Fonte: INE

O INE divulga os principais resultados das Contas das Emissões Atmosféricas para 2017, apresentando ainda dados revistos para o período 1995 a 2016, apresentando-se informação para os indicadores ambientais (quantificadores do aquecimento global, acidificação e formação de ozono troposférico), indicadores económico-ambientais (comparação direta de dados físicos e económicos, com o objetivo de medir a eficiência ambiental da economia) e comparações com a União Europeia (UE28).

Existem três indicadores importantes para a avaliação dos efeitos ambientais dos vários gases emitidos pelos ramos de atividade e pelas Famílias: o Potencial de Aquecimento Global (GWP na sigla inglesa), o Potencial de Acidificação (ACID) e o Potencial de Formação de Ozono Troposférico (TOFP).
Em 2017, estes três indicadores ambientais, em resultado do aumento das emissões da maior parte dos gases que contribuem para o seu cálculo, aumentaram relativamente ao ano anterior, com especial destaque para o Potencial de Aquecimento Global (+6,9%), que cresceu mais do que o VAB em termos reais (+3,3%).

Em termos acumulados, todos os indicadores ambientais registaram decréscimos entre 1995 e 2017, contrariamente ao Valor Acrescentado Bruto (VAB), que registou um aumento de 32,5%. O Potencial de Aquecimento Global (GWP) apresentou uma tendência geral ascendente até 2005, acompanhando a evolução do VAB, tendo depois decrescido, entre 2006 e 2014. Em 2015 e 2017, contudo, o GWP inverteu o movimento anterior, apresentando crescimentos significativos (cerca de 6% em ambos os anos), superiores aos do VAB, e aproximando-se dos níveis observados no início da série (1995).

Potencial de Aquecimento Global (GWP)

Em 2017, as emissões de gases de efeito estufa atingiram 68,4 milhões de toneladas de equivalente de CO2. O GWP aumentou 6,9% face ao ano anterior e, embora se encontre abaixo dos valores observados em 2005, os mais elevados da série em análise, inverteu a tendência descendente registada entre 2006 e 2014. Este aumento resultou fundamentalmente do incremento das emissões de dióxido de carbono (CO2) em 8,4%.

Em 2017, à semelhança do que sucede desde 1999, o ramo de atividade económica que mais contribuiu para o Potencial de Aquecimento Global (GWP) foi a Energia, água e saneamento (30,8%). Relativamente a 2016, este foi também o ramo de atividade que mais aumentou as suas emissões: 16,6%.

Apesar do aumento gradual do peso da produção de energia eólica e fotovoltaica desde 2005, a fonte hídrica continua a apresentar um peso significativo na produção de energia elétrica com base em fontes de energia renovável (FER), 31,4% em 2017. Esta característica faz com que as emissões causadoras do GWP continuem fortemente ligadas aos níveis de precipitação, variando em função do ano hidrológico.

O ano 2017 foi classificado como extremamente quente e seco, o que teve reflexos na produção de energia hídrica, particularmente em comparação com 2016, que foi um ano normal em termos de precipitação. Esta situação aumentou a necessidade de produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis (nomeadamente do carvão, cujo consumo voltou a subir, e do gás natural) e, naturalmente, gerou mais emissões de GWP, entre outras.

A intensidade das emissões corresponde ao rácio GWP/VAB. Em 2017 a intensidade dos gases com efeito de estufa aumentou 3,5%, essencialmente à custa do aumento observado na Energia, água e saneamento (+20,9%).

A intensidade das emissões corresponde ao rácio GWP/VAB. Em 2017 a intensidade dos gases com efeito de estufa aumentou 3,5%, essencialmente à custa do aumento observado na Energia, água e saneamento (+20,9%).

Considerando a importância relativa no GWP e as características do sistema electroprodutor nacional, a dissociação (i.e. o decréscimo do GWP com crescimento da atividade económica) é mais facilmente obtida nos anos em que se verificam maiores níveis de pluviosidade.

Potencial de Acidificação

O Potencial de Acidificação (ACID) aumentou 1,4% em 2017 (277,2 mil toneladas de equivalente de SO2), depois de ter diminuído sucessivamente desde 2006 (à exceção de 2015).

Destaca-se, em toda a série, o decréscimo nas emissões de óxidos de enxofre (SOx) (-85,0% entre 1995 e 2017), explicável pela substituição de carvão e de combustíveis derivados de petróleo por gás natural e pelas adaptações tecnológicas impulsionadas pela legislação, que limitou estas emissões a partir de 2000.

Em 2017, tal como sucede desde 2009, a Agricultura, silvicultura e pesca foi responsável pela maior parte das emissões destes gases acidificantes (36,3%), devido às emissões de amoníaco (NH3). A diminuição da importância relativa da Energia, água e saneamento é explicada principalmente pela introdução de tecnologias dessulfurizantes nas centrais termoelétricas, que reduziu a emissão de óxidos de enxofre (SOx). Relativamente a 2016, os ramos de atividade cujas emissões de gases acidificantes mais aumentaram foram a Energia, água e saneamento (5,5%), a Indústria (3,9%) e a Construção (2,5%).

Em 2017 a intensidade dos gases acidificantes para o total dos ramos de atividade decresceu (-1,8%). A Agricultura, silvicultura e pesca foi o ramo que apresentou a maior intensidade, 25,6 g de equivalente de SO2 por euro. Esta predominância é observada desde 2003, sendo justificada pelo facto da agricultura gerar grandes emissões de amoníaco, com um VAB relativamente baixo, e do setor energético ter registado as alterações tecnológicas anteriormente referidas. Face a 1995, a intensidade de emissões de gases acidificantes diminuiu em todos os ramos de atividade, particularmente na Energia, água e saneamento (-90,4%).

Potencial de Formação do Ozono Troposférico

Em 2017 o Potencial de Formação do Ozono Troposférico (TOFP) cresceu 1,3%, interrompendo a tendência descendente iniciada no ano 2000. Todos os componentes do indicador registaram acréscimos, principalmente o monóxido de carbono (CO) e os óxidos de azoto (NOx) (5,5% e 1,2%, respetivamente). Os principais contribuintes para o Potencial de Formação de Ozono Troposférico (TOFP) foram o NOx e os Compostos orgânicos voláteis não metânicos (COVNM) com 49,8% e 40,4%, respetivamente.

Em 2017, os maiores contribuintes para as emissões totais de precursores do ozono foram a Indústria (32,9%), as Famílias (25,9%) e os Transportes e armazenagem (13,5%). Entre 1995 e 2017, apenas os Transportes e armazenagem e a Indústria registaram acréscimos absolutos (14,4% e 3,2%, respetivamente). Nos restantes ramos de atividade e nas Famílias ocorreram decréscimos absolutos significativos.

Em 2017, e como acontece desde 2008, a Agricultura, silvicultura e pesca apresentaram a maior intensidade nas emissões (10,3 gramas de equivalente de COVNM por euro), o que é justificado pelo facto de a Agricultura emitir grandes quantidades de metano (CH4) e ter um VAB relativamente baixo.

Comparativamente com 1995, a intensidade de emissões das substâncias precursoras de ozono diminuiu 55,9%, tendo decrescido em todos os ramos de atividade.

Entre 1995 e 2017, o decréscimo da intensidade das emissões de precursores do ozono foi ainda mais evidente nas Famílias (-81,7%). Em 2017, o decréscimo foi de 3,1% comparativamente ao ano anterior.

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