Fonte: observador.pt/Lusa
A moagem de trigo e milho registou uma nova alta de preços no mercado europeu, encerrando nos 381,75 euros e 379 euros por tonelada nos prazos de março, respetivamente.
Os preços do trigo e do milho subiram esta quinta-feira mais de 20 euros nos mercados europeus, enquanto a invasão da Ucrânia pela Rússia impede Kiev de exportar os grãos de cereais que permanecem nos silos.
A moagem de trigo e milho registou esta quinta-feira uma nova alta de preços no mercado europeu, encerrando nos 381,75 euros e 379 euros por tonelada nos prazos de março, respetivamente, com a guerra na Ucrânia a provocar receios quanto à oferta de grãos.
“Quando vemos como os ucranianos reagem e lutam, podemos ver que este conflito provavelmente durará e é isso que desencadeia essas compras”, afirmou à AFP Damien Vercambre, da Inter-Courtage.
“A diferença da procura (com a oferta) vai durar“, considerou, tanto mais que alguns países produtores, como a Argentina e a Bulgária, manifestaram o desejo de “controlar os preços” e conter a inflação no mercado interno, o que levanta receios de recuos nas exportações. “Perguntamo-nos se não há outros países que os seguirão”, comentou o responsável.
A situação promete ser crítica para países ultra dependentes de importações para alimentar a sua população, como é o caso do Egito.
Aliás, 500 mil toneladas de trigo deveriam ter sido embarcadas para o Egito que agora terá de “encontrá-las em outro lugar“, afirmou, por sua vez, Michel Portier, diretor do gabinete da Agritel, durante um discurso na feira agrícola.
Segundo este responsável, o país terá “oficialmente quatro meses” de stocks. Para a Argélia são 1,5 milhões de toneladas de trigo que podem ser encontrados noutros lugares.
“Nenhum transportador coloca mais um barco no Mar Negro”, mesmo que haja um pouco na Roménia, prosseguiu, considerando que, “no curto prazo”, se deve retirar a Rússia e a Ucrânia dos exportadores.
Em relação ao milho, a Ucrânia, que normalmente produz 40 milhões de toneladas por ano, conseguirá semear no próximo mês, questiona-se. “Grande dúvida”, respondeu Portier, que espera uma continuação da alta de preços nos próximos dias.