Prevenção dos fogos rurais exige trabalho coletivo de toda a sociedade

Confagri 13 Fev 2020

Fonte: portugal.gov.pt

O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais deve ser executado ao longo dos próximos 10 anos de forma disciplinada, consequente e persistente, no encerramento do seminário que concluiu a discussão pública do Plano, em Santarém.

«Ao longo dos 10 anos de execução deste plano iremos certamente ter muito más notícias nos telejornais e, ou resistimos a cada uma dessas notícias e persistimos disciplinadamente, consequentemente, persistentemente na execução desta estratégia, ou aquilo que teremos no final não serão boas notícias para a década seguinte, mas serão piores notícias ainda», afirmou.

O Primeiro-Ministro sublinhou que o problema dos fogos rurais não se resolve «nem queixando-se do bombeiro que não chegou ou do meio aéreo que não veio, nem deste Ministro da Administração Interna, nem daquele comandante nacional». 

Trabalho de toda a sociedade

O problema dos fogos rurais «exige mesmo um trabalho coletivo de toda a sociedade, agindo sobre o território, agindo sobre os comportamentos e também, naturalmente, melhor prevenindo e melhor organizando os meios de proteção e os meios de socorro». 

António Costa recorreu a uma imagem do futebol, afirmando que «se uma equipa não marca golos não é por culpa do guarda-redes». «O guarda-redes só lá está para evitar que uma equipa sofra golos, não se pode pedir ao guarda-redes que marque os golos que a equipa tem de marcar». 

«Ora, os nossos agentes da proteção civil são mesmo só os guarda-redes. Quem tem de fazer de ponta de lança, de meio campo, de defesa somos todos nós e é para isso que estamos aqui a construir uma estratégia que nos tem de empenhar a todos», disse.

Hoje terminou apenas a fase de discussão do plano, sendo agora necessário construir um programa de ação, porque que as boas notícias dos números de fogos relativos aos anos de 2018 e 2019, com a redução do número de ignições (menos 47%) e da área ardida (menos 69%), quando comparados com o período 2008/2017, não podem levar a sociedade a baixar a atenção, referiu.

Alterações climáticas aumentam risco

Sublinhando que, fruto das alterações climáticas, o risco de incêndio vai aumentar seis vezes por cada grau que a temperatura aumente, o Primeiro-Ministro disse que a exigência de prevenção de risco é «absolutamente crucial e estratégica», sendo a tarefa para a qual o plano que tem sido elaborado pelas várias entidades envolvidas.

«Não podemos ter de novo o risco de voltarmos a ter um ano como o de 2017. Por isso é necessário agir e a chave está no território», afirmou ainda, acrescentando que os incêndios rurais exigem «um trabalho coletivo de toda a sociedade».

Reduzir área ardida para metade

O Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais tem como principal objetivo a redução para metade da área ardida até 2030 e aumentar em 30% o sequestro de sumidouro de CO2.

Para isto, tem como grandes orientações estratégicas a valorização dos espaços rurais e a reconstrução da paisagem, preconizando a modificação dos comportamentos e a gestão eficiente do risco de incêndio.

Com um orçamento global superior a 6 000 milhões de euros, o plano prevê direcionar 60% do investimento para a prevenção e 40% para o combate.

O Plano prevê que em 2030 tenham sido limpos 1,2 milhões de hectares de floresta, correspondentes a 20% dos seis milhões de hectares que existem no território com risco de incêndio. 

As metas a atingir preveem ainda que dentro de 10 anos as áreas ardidas com mais de 500 hectares estejam totalmente geridas e com planos de recuperação executados, e que existam menos de 80% das ignições nos dias de risco de incêndio.

No período de discussão pública, foram realizadas mais de 75 sessões, nas quais participaram cerca de duas mil pessoas, e a Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais (Agif) recebeu 115 contributos.

Até ao final de 2020, a Agif elaborará o plano próprio para cada região, uma vez que as características da floresta e da vegetação mudam entre elas.

No seminário de encerramento da discussão pública do Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, estiveram ainda presentes os Ministros da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que abriu os trabalhos, e do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, que também interveio no encerramento.

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