Albufeiras em situação crítica começam a dar sinais de recuperação

Confagri 07 Fev 2022

Fonte: expresso.pt

A albufeira de Alto Lindoso tinha este sábado o nível de armazenamento mais alto desde 15 de janeiro e não é a única que está a recuperar, embora devagar. Conheça a situação de cada uma das cinco barragens que ficaram temporariamente limitadas na produção de eletricidade.

Algumas das albufeiras em situação mais crítica têm vindo nos últimos dias a registar uma ligeira melhoria dos volumes de água armazenados, de acordo com o levantamento feito pelo Expresso no SNIRH – Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos. No caso de Alto Lindoso, por exemplo, o armazenamento este sábado estava em 57,9 milhões de metros cúbicos, o nível mais alto desde 15 de janeiro.

Também no Alto Rabagão há uma ligeira recuperação do nível da albufeira, assim como na barragem de Cabril, que, no entanto, deixam estas duas unidades ainda longe de níveis confortáveis de armazenamento, e abaixo do que registavam há um mês, no início de janeiro.

Alto Lindoso, Cabril e Alto Rabagão foram três das cinco barragens que o Governo determinou na semana passada que ficavam temporariamente limitadas na sua capacidade de produzir eletricidade, como medida de emergência associada ao agravamento da situação de seca no país. Vilar Tabuaço e Castelo de Bode foram igualmente alvo de restrições, embora nesses casos os dados do SNIRH não revelem, para já, uma recuperação dos níveis armazenados.

A albufeira de Alto Lindoso, no rio Lima, é uma das mais importantes no sistema elétrico nacional, com 390 milhões de metros cúbicos de capacidade máxima de armazenamento e uma central hidroelétrica com uma potência de 630 megawatts (MW), similar à potência que era operada até novembro pela central a carvão do Pego, em Abrantes.

Os dados do SNIRH consultados pelo Expresso evidenciam que o volume de água no Alto Lindoso tem vindo a recuperar nas últimas duas semanas, embora esteja ainda aquém do registado no início de janeiro, e muito longe da capacidade máxima. Está agora a 14,85% da sua capacidade, depois de ter chegado a um mínimo de 12,6% a 18 de janeiro.

Há também alguma recuperação na albufeira de Alto Rabagão, que é igualmente explorada pela EDP para a produção de eletricidade.

No caso de Alto Rabagão, na bacia do Cávado, a recuperação é mais ténue, mas existe. A albufeira tinha este sábado 115,5 milhões de metros cúbicos, um valor que já não se registava desde 19 de janeiro, de acordo com os dados do SNIRH.

Alto Rabagão, cuja central hidroelétrica tem 68 MW de potência (mas com grupos reversíveis, que permitem bombear água de volta para a albufeira), está atualmente a pouco mais de 20% da sua capacidade máxima de armazenamento.

A albufeira de Vilar Tabuaço, no rio Távora, parece também ter conseguido estancar a queda dos volumes armazenados que vinha sendo registada há várias semanas. O armazenamento esteve em queda até 31 de janeiro, mas nesta primeira semana de fevereiro os volumes deixaram de cair e tiveram um ligeiro aumento.

Situada na bacia do Douro, esta albufeira tem um peso relativamente reduzido no sistema elétrico nacional, com uma potência de 58 MW. Mas tratando-se de uma central simples, sem bombagem reversível, a gestão da eletricidade feita pela EDP é crítica: toda a água turbinada para produzir energia não volta.

Mas vale a pena descer um pouco para Sul.

Na bacia hidrográfica do Tejo, a albufeira de Cabril, também explorada pela EDP para produzir eletricidade, tem vindo a registar uma ligeira recuperação do volume armazenado desde 25 de janeiro. Este sábado estava nos 255 milhões de metros cúbicos, ou seja, um pouco mais de 35% da sua capacidade máxima.

Esta central hidroelétrica instalada no rio Zêzere tem 108 MW de potência e não tem bombagem, o que significa, uma vez mais, que toda a água usada para produzir eletricidade não pode ser devolvida à albufeira. Foi outra das barragens onde o Governo impôs restrições na produção hidroelétrica.

E chegamos a um dos grandes reservatórios de água do país, também sujeito a restrições: Castelo de Bode.

A albufeira de Castelo de Bode tinha este sábado 643 milhões de metros cúbicos armazenados, quase 59% da sua capacidade máxima. Embora esteja longe do ponto crítico de Alto Lindoso, Castelo de Bode tem vindo nas últimas semanas a baixar o nível armazenado, como mostram os dados do SNIRH.

A central hidroelétrica de Castelo de Bode, na bacia do Tejo, tem 159 MW de potência para a produção de eletricidade, mas também não tem sistema de bombagem, pelo que toda a água turbinada não é recuperável para esta que é uma das mais importantes albufeiras do país.

As medidas anunciadas pelo Governo na semana passada (impedindo as centrais de produzir a partir de determinadas cotas) poderão ajudar as albufeiras a recuperar parcialmente o seu armazenamento, à medida que a afluência hídrica vai fazendo o seu curso, embora a contínua falta de chuva esteja a complicar esse processo.

Os dados da REN – Redes Energéticas Nacionais mostram, aliás, que há quatro meses consecutivos o país tem uma afluência hídrica (para produção de eletricidade) abaixo da média histórica.

Em janeiro a produtibilidade hidroelétrica foi de 34% da média, abaixo dos 41% de dezembro e dos 37% de novembro. E muito abaixo dos 97% de janeiro de 2021, um mês muito próximo com o “normal” na disponibilidade de água em Portugal.

No ano passado, mostram os dados do REN Datahub, fevereiro, julho e agosto tiveram índices de produtibilidade hidroelétrica acima da média, mas o resto do ano foi mais seco.

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