Angola incluída em financiamento da UE de 12 milhões de euros para investigação agrícola

Confagri 21 Mar 2019

Angola vai receber parte de um financiamento global de 12 milhões de euros para a investigação no setor agrícola disponibilizado pela União Europeia. Segundo Danilo Barbero, que participou numa mesa redonda sobre agricultura no âmbito do Projeto de Desenvolvimento de Competências para a Inovação dos Sistemas Agrários (CDAIS), que decorreu esta quarta-feira, em Luanda, a União Europeia (UE) tem um acordo de cooperação com o Governo de Angola, no qual o setor da agricultura é prioritário.

«O Governo angolano já manifestou as suas prioridades e o setor agrícola é um dos que deve contribuir na transformação e na diversificação da economia em Angola», referiu o responsável da UE.

De acordo com a mesma fonte, para tornar o desejo angolano uma realidade «é necessário implementar políticas inovadoras e também reforçar a inovação e a pesquisa na agricultura».

Por outro lado, frisou Danilo Barbero, a UE considera também o desenvolvimento da agricultura em Angola uma oportunidade para empresas europeias, através da criação de parcerias, num quadro de cadeia de valores que está a ser discutida entre o Governo angolano e a organização europeia para o próximo acordo de cooperação, que deverá começar em 2021 e terminar em 2027.

«Este evento é uma atividade que se realiza no quadro deste projeto CDAIS (sigla em inglês) de Desenvolvimento de Capacidades para a Inovação dos Sistemas Agrícolas. Neste âmbito, este projeto está financiado através de uma subvenção de uma quantia total de 12 milhões de euros», realçou, sem especificar.

A referida subvenção é realizada através de um contrato entre dois parceiros globais, designadamente uma rede de 31 universidades europeias e o Fundo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), com a qual a UE tem uma parceria global ligada com a segurança alimentar e desenvolvimento agrícola.

De acordo com Danilo Barbero, o projeto, iniciado em 2015 e cujo prazo de duração foi estendido até finais deste ano, está a ser realizado em oito países de África, como Angola, Etiópia, Níger e Ruanda, da Ásia, são eles Bangladesh e Laos e da América inclui Guatemala e Honduras.

«O projeto tem como objetivo principal desenvolver parcerias para reforçar a capacidade de inovação agrícola, parceria baseada em projetos piloto que se realizam em cada um dos países beneficiários», disse.

Em Angola, avançou o responsável da organização europeia, o projeto identificou a necessidade de reforçar as capacidades no setor da inovação, identificou também cadeias de valores, nas quais realizou projetos piloto, em áreas como o empreendedorismo rural.

Por sua vez, a representante da FAO no encontro, Gherda Barrero, manifestou o empenho da Organização das Nações Unidas em continuar a apoiar o Estado angolano no fortalecimento do setor de sementes em prol do desenvolvimento do setor agrícola.

Gherda Barrero lembrou que a FAO é uma organização com uma longa experiência no desenvolvimento de sistemas de inovação agrícola nas regiões tropicais, com foco na agricultura familiar, e «vai continuar a apoiar» o Governo de Angola, em particular o Ministério da Agricultura e Florestas, para «alcançar o desenvolvimento sustentável no roteiro de uma parceria renovada para a erradicação da pobreza em África até ao ano 2025».

Fonte: Diário de Notícias

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