Barragem do Pisão avança. Investimento previsto é de 168 milhões de euros

Confagri 11 Jun 2019

A construção da Barragem do Pisão, no Crato, deverá estar concluída em 2027 e poderá produzir energia suficiente para abastecer 75 por cento da população do distrito de Portalegre.

O ministro Adjunto e da Economia anunciou na sexta-feira passada que a construção da Barragem do Pisão, no Crato, Portalegre, vai contar com um investimento total de 168 milhões de euros, devendo o projeto estar concluído em 2027.

«O investimento total está estimado em 168 milhões de euros, mas esse investimento decompõe-se por várias componentes. O mais significativo é a componente da produção elétrica, mas também é aquele que tem mais retorno», disse Pedro Siza Vieira.

O governante falava aos jornalistas na vila do Crato, à margem da cerimónia de apresentação das conclusões do grupo de trabalho constituído para estudar o modelo de financiamento e gestão do empreendimento de aproveitamento hidráulico de fins múltiplos da Barragem do Pisão.

«Nós achamos que é possível que dentro de oito anos a barragem esteja já a encher. É exigente o calendário, são projetos complexos, são projetos em que vamos ter de trabalhar muito também a componente ambiental, porque é uma zona muito sensível, vamos ter de fazer também tudo aquilo que tem a ver com os trabalhos prévios de realojamento das populações que ficarão afetadas pela albufeira», disse.

Além do investimento de 168 milhões de euros, valor com necessidade de financiamento, acresce ainda um outro investimento de 50 milhões de euros para regadio que deverá abranger uma área de «10 a 12 mil hectares», segundo disse aos jornalistas o ministro da Agricultura, Capoulas Santos.

A Barragem do Pisão, que vai contar com um espelho de água de sete quilómetros quadros poderá produzir energia suficiente para abastecer 75 por cento da população do distrito de Portalegre.

A água de abastecimento público terá mananciais anuais de cerca de 3,3 milhões de metros cúbicos. A energia elétrica produzida através da central solar fotovoltaica com potência de 150 megawatts (MW) é capaz de gerar cerca de 275 gigawatt-hora (GWh) com entrega à rede através da linha de alta tensão existente.

De acordo com o resultado apresentado pelo grupo de trabalho, este é um empreendimento «técnica-financeira-ambiental» e «socialmente viável», que projeta uma área de rega de 12 mil hectares (agricultura), dispondo de 67 mil metros cúbicos de água anuais para esse efeito.

«Produzirá 275 GWh/ano e perspetiva uma receita de 25,2 milhões de euros/ano, através de uma central solar fotovoltaica a ser instalada numa área de dois quilómetros quadrados», conclui o grupo de trabalho.

 

No decorrer da cerimónia, o presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, disse esperar que o projeto venha a ser «uma realidade», sublinhando que «estão criadas» as condições para o desenvolvimento da região.

Além do ministro Adjunto e da Economia e do ministro da Agricultura, marcaram presença na cerimónia o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, o secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, e o secretário de Estado da Valorização do Interior, João Catarino.

O Governo anunciou que aprovou o relatório do grupo de trabalho que avaliou a viabilidade técnico-financeira do projeto hidráulico de fins múltiplos da Barragem do Pisão.

Em despacho conjunto publicado em Diário da República, o Governo determinou o início dos trabalhos para a concretização da Barragem do Pisão que envolvem, no imediato, a elaboração de estudos e projetos, avaliação de impacte ambiental e a compatibilização necessária com instrumentos de gestão territorial.

«O despacho identifica a barragem do Pisão como financeiramente viável, com uma Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) de 4,9 por cento de 20 anos de operação, um Valor Atualizado Líquido (VAL) para uma taxa de atualização de 4 por cento de 14,7 milhões de euros e um tempo de amortização do investimento para uma taxa de atualização de 4 por cento de 22 anos», lê-se no documento.

O relatório propõe ainda que, independentemente da forma de financiamento a ser decidida na altura de execução, «seja criada» uma entidade pública para fazer a «promoção/gestão global» do aproveitamento, através da «atribuição da concessão» da exploração e gestão da barragem.

O grupo de trabalho foi constituído por um representante do ministro Adjunto e da Economia, que coordenou, e elementos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, da Direção Geral de Energia e Geologia, do Grupo Águas de Portugal, da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, e da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo. Este projeto hidroagrícola prevê a submersão da pequena aldeia do Pisão, com 60 habitantes.

 

Fonte: ECO

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