A produção de vinho na Beira Interior deve registar este ano um decréscimo face a 2017 da ordem de 40 por cento, mas a qualidade «estará assegurada», anunciou esta quinta-feira a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior.
O diretor técnico da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), Rodolfo Queirós, disse à agência Lusa que no ano passado a região produziu cerca de 22,5 milhões de quilos de uvas, mas este ano a estimativa aponta para «uma quebra de cerca de 40 por cento» devido a vários fatores.
Segundo o responsável, este ano foi «completamente atípico» e para a redução da produção de vinho contribuíram vários fatores climatéricos, como a queda de muita chuva e as altas temperaturas que originaram doenças nas videiras e «escaldões» nas uvas.
«Estamos a apontar para um prejuízo na ordem desses valores», disse Rodolfo Queirós, explicando que na área da CVRBI existem «casos e casos». Contou que algumas vinhas estão praticamente como num ano normal, em que não há grandes prejuízos, e outras que registam casos «muito complicados».
As condições climatéricas adversas atingiram «um pouco a região pelo todo», mas sublinhou que «atingiu muito a zona de Pinhel», que é a maior produtora de uvas da área de abrangência da CVRBI.
Apesar das previsões apontarem para quebras na produção, o diretor técnico da CVRBI disse à Lusa que a qualidade dos vinhos não será posta em causa: «Em termos qualitativos, não vamos sentir essa quebra».
As vindimas estão a iniciar-se em muitas zonas da área da CVRBI e Rodolfo Queirós acredita que haverá «ainda muito por onde escolher» para garantir a qualidade dos vinhos produzidos na região.
«Eu penso que nós, em termos de qualidade, falando agora dos vinhos certificados, não vamos ser afetados, porque, infelizmente, só certificamos cerca de 15 por cento do total do potencial da produção que temos na região e o resto vai para o vulgarmente designado vinho de mesa», concluiu o responsável.
Fonte: Lusa