A primeira-ministra Theresa May conseguiu que uma maioria de deputados, por 317 votos a favor e 301 contra, aprovasse a emenda que o executivo apoiava, pelo que o dia de votações resultou numa vitória política. A emenda prevê que o “backstop”, que prevê uma fronteira entre as duas Irlandas por um tempo indeterminado, seja rejeitada junto de Bruxelas.
O problema é que, como dizia Caroline Lucas, a deputada dos Verdes, tudo não pode passar «da fantasia como uma nova forma de arte». Isto é, o Parlamento aprovou algo que Bruxelas já disse que não aceitaria, pelo que a vitória da primeira-ministra pode, no final, não servir para nada.
Já antes, os deputados haviam rejeitado a emenda da Cooper, que se destinava a permitir que o Parlamento votasse para bloquear um Brexit sem acordo, por 321 votos contra 298.
A cimeira dos países do Sul da União Europeia, nomeadamente, Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Malta e Chipre rejeitou em uníssono qualquer reabertura das negociações com o Reino Unido, dando o mote para o que já era evidente: Bruxelas não quer mais negociações.
Sendo altamente improvável que a decisão tomada em Chipre esta terça-feira não tivesse sido antecipadamente concertada com a Comissão Europeia, isso quer dizer que o agregado está unido em torno daquilo que todas as instâncias comuns têm afirmado desde que há duas semanas a primeira-ministra britânica perdeu a votação na Câmara dos Comuns sobre o acordo que havia conseguido em Bruxelas.
De qualquer modo, oficialmente a Comissão Europeia não quis, pelo menos antes das votações em Londres, tecer qualquer comentário. Mesmo que ao presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, tenha mantido contacto com Theresa May ao longo de todo o dia. Esta quarta-feira, Juncker estará no Parlamento Europeu para se manifestar sobre o assunto.
Fonte: jornaleconómico