Alguns jornais britânicos, entre eles o The Guardian, admitem o adiamento do Brexit para 2021, citando fontes de Bruxelas. 2021 pode ser a nova data alternativa para a saída do Reino Unido do universo da União Europeia. Este é o cronograma avançado por fontes comunitárias ao jornal The Guardian em alternativa aos prazos atuais associados à data de 29 de março de 2019, que cada vez é mais refutada por várias partes envolvidas neste processo complexo, sobretudo pelo nível de problemas que ainda têm por resolver. Ninguém duvida que os problemas técnicos e políticos do Brexit que ainda estão pendentes serão praticamente impossíveis de ultimar com sucesso até ao final de março.
Por isso, esta questão também se transformou num problema de dimensões consideráveis para os responsáveis europeus, que agora tentam arranjar alternativas e ganhar tempo para além do próximo mês de março. Entre os políticos que começam a dar apoio a uma solução alternativa encontra-se o próprio presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk que defende um período de transição superior aos 21 meses que seriam agora contados a partir de abril de 2019, à semelhança do secretário-geral da Comissão Europeia, Martin Selmayr.
Um novo «horizonte alargado» poderia ser acrescentado ao Reino Unido, mantendo o país como Estado-membro da União Europeia (UE) o que facilitaria os contactos prolongados entre os responsáveis da UE e do Reino Unido para encontrarem soluções confortáveis que permitissem evitar o “backstop irlandês”, ou seja, soluções que evitassem a reintrodução de uma fronteira física entre a República da Irlanda, que se manterá como Estado-membro da União Europeia e a Irlanda do Norte, que está no bloco do Reino Unido sujeito ao Brexit.
Em causa está a criação de uma zona aduaneira especial, onde os bens, produtos e mercadorias oriundas do Reino Unido ficariam sem taxas e sem quotas nas trocas com o mercado dos 27, para que a Irlanda do Norte se mantivesse alinhada com as normas do mercado único como se ali não existisse uma fronteira física.
Em termos práticos ganhavam tempo para prolongar negociações. Só mudaria um alargamento de prazos negociais, que permitiria rever todas as situações que beneficiariam em ser discutidas com maior detalhe. Do ponto de vista financeiro, o prolongamento de 21 meses também seria favorável porque abarcava um quadro financeiro plurianual do Orçamento da União Europeia.
Fonte: jornaleconómico