Cerca de 80 por cento das árvores plantadas nos pinhais do litoral morreram

Confagri 12 Mar 2019

Entre 70 a 80 por cento das árvores plantadas para reflorestar as áreas ardidas nas matas nacionais do litoral morreram, anunciou na sexta-feira o presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Na Mata Nacional de Leiria, onde foi apresentado o Plano de Investimentos Matas Públicas do Centro e Litoral, que será aplicado até 2022, Rogério Rodrigues revelou a necessidade «de fazer substituições em cerca de 70 a 80 por cento das áreas».

«De 2018 para 2019 tivemos grandes taxas de mortalidade», disse, apontando «um ano muito seco» e «picos de 45 a 47 graus centígrados no verão» como fatores que aumentaram a dificuldade de «pequenas plantas viverem».

«Essas áreas terão de ser replantadas», anunciou Rogério Rodrigues, lembrando que, em terrenos como o da Mata Nacional de Leiria, o normal são mortalidades de 20 a 30 por cento.

O presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) espera que «o tempo ajude» a fazer vingar o investimento de 18 milhões de euros anunciado na sexta-feira passada para as matas do litoral centro.

«Se tivermos outonos muito chuvosos e primaveras não muito secas, mas chuvosas, toda a planificação terá um grau de sucesso ainda maior e, na que já tiver ocorrido, teremos menos mortalidade», acrescentou.

Num dos talhões ardidos em 2017, durante «os dois grandes incêndios que acabaram por consumir 24 mil hectares em 12 horas», Rogério Rodrigues descreveu os detalhes do Plano de Investimentos Matas Públicas do Centro e Litoral, que intervirá também nas áreas afetadas pela passagem do furacão Leslie, em 2018.

A estruturação das áreas verdes que sobreviveram, retirada das árvores partidas e derrubada pelo Leslie, recuperação de zonas ardidas e beneficiação da rede viária são intervenções contempladas no plano, que conta com um orçamento de 18 milhões de euros suportado pela venda da madeira.

O presidente do ICNF garantiu ainda capacidade de resposta dos viveiros nacionais para «fornecer plantas para mais de uma década».

«Finalmente conseguimos ir melhorando o ritmo de produção dos viveiros de Amarante, da Malcata e também no sul do país. Os nossos viveiros estão preparados para a plantação de 2019, 2020, e, a partir daí, para que todo o trabalho de arborização esteja concluído», explicou.

Concretamente na Mata Nacional de Leiria, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento prometeu que a mancha verde continuará a «ser um pinhal».

«Quem pensou, pensou bem: vamos continuar a ter pinhal bravo», afirmou Miguel Freitas, avançando que, «por proposta da Comissão Científica», serão testadas outras árvores de crescimento lento «em zonas essencialmente de proteção».

O pinhal, que está no concelho da Marinha Grande, receberá «cordões de pinheiro manso» nas «grandes autoestradas de defesa da floresta contra incêndios» que serão criadas.

Na mesma entrevista, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural anunciou também que os investimentos em curso nas matas do litoral centro são «para um século», existindo 18 milhões de euros cativos para os próximos quatro anos de trabalho.

No talhão da Mata Nacional de Leiria, um dos que arderam nos dois grandes incêndios florestais de 2017, Miguel Freitas apresentou o Plano de Investimentos Matas Públicas do Centro e Litoral, junto de uma enorme pilha de árvores cortadas.

«É um programa para os próximos quatro anos. Pela primeira vez há um programa plurianual de investimento para as matas públicas», sublinhou, afirmando que, «pela primeira vez», há «condições para fazer algo diferente nas matas públicas do litoral».

«Temos um plano e estamos determinados em cumpri-lo. Estamos a construir uma solução para 100 anos, não estamos a construir uma solução nem para quatro, nem para 10, nem para 20 anos, depois da catástrofe que destruiu dois terços deste pinhal», indicou.

Este investimento envolve os 18 milhões de euros resultantes da venda da madeira das matas públicas, «dinheiro que está cativo através de uma resolução do Conselho de Ministros para ser investido nas matas públicas».

Até sexta-feira, foram retirados das matas públicas do litoral centro 2.500 hectares de madeira, avançou o secretário de Estado, acrescentando que «foram precisas 15 mil cargas, isto é, 15 mil camiões» para, no último ano e meio, retirar essas árvores afetadas pelos incêndios. Para colocar no mercado toda a matéria-prima serão necessárias 42 mil cargas, sublinhou.

Segundo Miguel Freitas, o trabalho é «hercúleo e notável», obrigando a que decorra «a um ritmo dez vezes superior do que seria um ano normal». O plano de reflorestação segue o guião proposto ao Governo pela comissão científica criada para as matas públicas e permitiu, até ao momento, «mais de mil hectares florestados, nesta mata», o que correspondentes a «mais de um milhar de plantas no terreno». «Vamos voltar a ter um pinhal em Leiria, na Marinha Grande e em todo o cordão dunar deste território, nas nossas matas públicas», prometeu Miguel Freitas, pedindo «paciência» às populações.

Fonte: Observador

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