O Dão quer «dar a conhecer melhor» os seus vinhos aos consumidores do Porto e do Grande Porto com cerca de 30 produtores que estarão presentes no terceiro Dão Invicto, nos dias 28 e 29 deste mês, na Alfândega do Porto.
O objetivo daquele evento foi transmitido à agência Lusa pelo presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, Arlindo Cunha, que também adiantou que a região ambiciona reforçar a sua «internacionalização» e exportar metade da sua produção anual daqui a cinco anos.
«Já estamos perto dos 40 por cento» de vinhos escoados para o exterior, acrescentou, especificando que «Estados Unidos, Brasil, Canadá, Angola, China, Alemanha, França, Suíça, Bélgica e Holanda» são os países que mais vinho do Dão compram.
A região «aposta muito nos Estados Unidos e também no Japão», sendo este um mercado igualmente apetecível por ser de «valor elevado» porque prefere «vinhos topo de gama».
«O Dão está bem. Nos últimos seis anos, crescemos 50 por cento em quantidade de vinhos certificados. É uma região muito dinâmica, motivada e com vários novos produtores», resumiu Arlindo Cunha. Questionado sobre o valor das exportações e da produção anual total, a resposta foi que não existem estatísticas disponíveis.
O Porto e a região circundante passaram a ser um alvo claro daquela CVR desde 2017, com o primeiro Dão Invicto, e daí para cá «há cada vez mais produtores interessados» em conquistar terreno numa região que é «um mercado natural dos vinhos verdes e do Douro», por motivos geográficos, observou o mesmo responsável. «O mercado decidirá, mas para isso teremos de estar presentes», afirmou.
O Dão Invicto é «uma ação promocional junto do consumidor final do Porto e do Grande Porto e dos media» e os argumentos que a CVR presidida por Arlindo Cunha apresenta serão os vinhos de «cerca de 30 produtores», acompanhados por «iguarias como o queijo da Serra».
Estarão presentes na Alfândega «os melhores e os maiores produtores» regionais e os visitantes poderão «provar e também comprar», disse ainda. «Há muito para descobrir no Dão, temos quintas fantásticas que oferecem condições excelentes para quem nos visita. É parte da nossa missão promover a região e por isso queremos dar a conhecer as singularidades da nossa rota», reforçou
Os vinhos do Dão não são melhores nem piores do que os de outras regiões nacionais, considerou. «São diferentes. Caraterizam-se, em primeiro lugar, por serem mais frescos” do que os seus com concorrentes internos, aromáticos, muito equilibrados» e pouco graduados em termos alcoólicos, afirmou o presidente da CVR respetiva.
Arlindo Cunha usa os termos «caráter e elegância» para definir, de forma resumida, o perfil dos vinhos do Dão e considera que esses atributos contribuem fortemente para que eles sejam «muito gastronómicos e de longe os vinhos com maior longevidade» a nível nacional.
Criada em 1908, a região esteve adormecida durante alguns anos e com o que acordou nos finais dos anos 90 do século passado, salientando Arlindo Cunha que os produtores locais tiveram o grande mérito de «apostar em castas autóctones» como a touriga nacional e alfrocheiro, nos tintos, e o encruzado, nos brancos. O Dão Invicto terá as suas portas abertas entre as 15H00 e as 21H00.
Fonte: Lusa