Mais empresário e menos agricultor, assim será o produtor no futuro

Confagri 07 Jun 2018

Da organização de um homem só a uma equipa restrita de pioneiros que nele acreditaram, hoje a Espaço Visual está a celebrar 25 anos e define-se como uma organização independente que funciona para lá do trabalho isolado de cada um dos seus colaboradores.

À frente dos desígnios desta Consultora Agrícola está José Martino, reconhecido no mundo agrícola enquanto empresário, consultor e blogger, entre muitos outros ofícios.

Para assinalar este quarto de século a empresa está a organizar um Ciclo de Conferências que começou em abril e se prolonga até julho e que, entre outros objetivos, procura colocar os temas agrícolas na agenda mediática, bem como contribuir para o esclarecimento e formação dos agricultores. Ou seja, assinalar 25 anos mas de olhos postos nos próximos.

Quais foram as principais mudanças que registou na agricultura portuguesa neste período?

A partir de 1993 quando se formou a Espaço Visual e quando se fez a reforma da PAC onde Portugal abriu as suas fronteiras aos produtos agrícolas da CEE, até à crise financeira de 2011, as agriculturas de Portugal definharam, não havia motivação na sociedade portuguesa para esta atividade produtiva. Acreditava-se que não havia competitividade e rentabilidade intrínsecas, o mesmo acontecendo dentro das próprias fileiras produtivas. Os recursos financeiros disponibilizados pela CEE/UE não conseguiam ser empregues em Portugal sendo usual a devolução de elevados montantes. O desenvolvimento e apoio às agriculturas de Portugal não era uma prioridade política, diversas vezes devolveram-se fundos financeiros a Bruxelas por falta de disponibilização pelos governos de Portugal da quota parte de componente nacional (5-15% do valor do dinheiro dado pela Europa tinha de sair do orçamento do Estado Português). Com a entrada da Troika tudo mudou radicalmente na sociedade portuguesa. Ficou a sensação que se Portugal não tivesse dinheiro para pagar os seus compromissos internacionais haveria o risco de faltarem alimentos e da população passar fome e ficou a ideia na opinião pública de que era preciso aumentar as produções agrícolas e exportar. Para tal era necessário investir. Ao mesmo tempo, o sistema de ajudas do ProDeR, que teve dificuldades em arrancar entre 2008 e 2010, bastante generoso nas ajudas à instalação de jovens agricultores, e. g. para investimentos elegíveis até 75 000 euros dava 100% de apoio e por outro lado, os montantes máximos elegíveis por projeto eram muito elevados, praticamente sem teto. A terceira condição desta mudança profunda passou pela disponibilização de orçamento nacional para complementar as ajudas europeias, decisão política de Paulo Portas/Assunção Cristas, desaparecendo os crónicos atrasos nos pagamentos das ajudas após a formalização dos respetivos pedidos de pagamento. A agricultura tornou-se moda e os agricultores/empresários agrícolas passaram a ser respeitados e bem vistos pela sociedade.

Quais são os principais objetivos de Ciclo de Conferências que a EA está a dinamizar?

Dentro dos seus objetivos a Espaço Visual tem definido contribuir de forma direta para o desenvolvimento das agriculturas de Portugal e contribuir para a divulgação dos seus superiores interesses públicos. Neste sentido, está a organizar um ciclo de conferências sobre o próximo quadro de ajudas para a agricultura (2021-2027), as agriculturas de Portugal nos próximos 25 anos e outras que se seguirão.

O que podemos esperar da Espaço Visual para os próximos anos?

Pode esperar-se da Espaço Visual o mesmo que aconteceu nos últimos 25 anos, ou seja, a defesa das agriculturas de Portugal, apoio aos agricultores/empresários que querem progredir, investir e licenciar as suas atividades, formarem-se e capacitarem-se a si próprios e às suas equipas, terem contabilidades fiscais em dia com cumprimento escrupuloso das suas obrigações e racionalidade no pagamento de impostos, etc.

A Espaço Visual estará na linha da frente na defesa da região Interior de Portugal através de promoção de atividades e investimentos competitivos, na implementação da agricultura digital, na assistência técnica eficaz, na divulgação das organizações de produtores como estratégia de alavancagem dos pequenos e médios produtores no acesso aos mercados nacionais e internacionais, na oferta de pacotes de formação profissional de capacitação dos players, agentes e fileiras.

Fonte: vozdocampo

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