As exportações dos vinhos do Alentejo aumentaram quase 12 por cento em valor e 2,3 por cento em quantidade em 2017, enquanto o preço médio cresceu mais de nove por cento, em comparação com 2016, revelou esta terça-feira a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana.
«Em valor, 2017 foi, sem dúvida, o melhor ano para os vinhos do Alentejo» e, em termos de volume, «as vendas nos mercados externos também cresceram», adiantou à agência Lusa o presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Francisco Mateus.
Os dados da CVRA relativamente às exportações no ano passado, comparativamente com 2016, indicam que os vinhos com “selo” da região subiram 11,9 por cento em valor, superando os 65 milhões de euros de vendas.
Na base desta subida está, sobretudo, o «destacado crescimento de 26 por cento» em valor dos vinhos DOC (Denominação de Origem Controlada) Alentejo. «O DOC Alentejo foi o grande impulsionador desta subida em valor das exportações dos nossos vinhos», realçou Francisco Mateus, justificando que «os consumidores começam, cada vez mais, a interessar-se pela parte mais específica e localizada, pelo “terroir”».
Enquanto o conceito de Regional Alentejano «é muito mais amplo», porque «abrange toda a região», assinalou, o conceito de DOC é «muito mais localizado e identitário» e remete para cada uma das oito sub-regiões vitivinícolas do Alentejo, nomeadamente, Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vidigueira, Moura, Évora e Granja/Amareleja.
«São zonas mais específicas e os consumidores estão, cada vez mais, interessados no específico, a que o DOC dá resposta», pelo que o aumento em valor mostra que o Alentejo «está a entrar numa nova fase», em que «os consumidores apostam na tipicidade e na exclusividade», argumentou.
Quanto à quantidade exportada, segundo a CVRA, o crescimento total de 2,3 pontos percentuais (p.p.) deveu-se «à subida de 11 p.p. nas vendas de DOC, enquanto o Regional teve uma diminuição de 0,1 por cento, o único indicador em 2017 que não variou de forma positiva».
«Com o preço a subir 9,4 pontos, os importadores internacionais pagaram em média 2,43 euros por garrafa de vinho do Alentejo, um preço superior à média nacional de 2,11 euros por garrafa nas categorias DOC e Regional», referiu a comissão vitivinícola.
Angola, Brasil, Estados Unidos da América, Suíça e China formam o “Top 5” dos países importadores de vinhos alentejanos, tendo representado, no ano passado, 59 por cento do valor exportado e 50 por cento da quantidade.
«Os mercados fora da Europa comunitária foram os principais compradores, 74 p.p. em valor e 70 por cento em volume e também aqueles que melhor pagaram por cada garrafa de vinho exportada pelas adegas alentejanas», destacou a CVRA.
Em 2017, acrescentou, dos 25 principais mercados externos da região, «o preço médio aumentou em 23», tendo apenas sido registadas diminuições em Macau e Espanha.
Para o presidente da comissão vitivinícola, o crescimento do preço médio na exportação «demonstra o reconhecimento da qualidade dos vinhos e a disposição dos importadores e consumidores internacionais para pagarem mais por cada garrafa de vinho da região do Alentejo».
Criada em 1989, a CVRA certifica, controla e protege os vinhos DOC Alentejo e os vinhos Regional Alentejano e é responsável pela promoção dos vinhos da região no mercado nacional e em mercados-alvo internacionais. O Alentejo possui cerca de 22 mil hectares de vinha e um total de 263 produtores e 97 comerciantes.
Fonte: Lusa