Exportações de vinho devem crescer 2,5% este ano e “muito mais” em 2021

Confagri 12 Out 2020

Fonte: jornaldenegocios.pt

Apesar de um segundo trimestre atribulado, marcado pela quebra nas vendas, o setor do vinho deverá chegar ao fim do ano com um saldo positivo nas exportações. Em 2021, o objetivo é crescer mais de 5,5%.

Aprevisível queda nas exportações de vinho em 2020 não assusta Frederico Falcão, que mantém a confiança de que o setor vai atingir a fasquia dos mil milhões de euros em vendas ao exterior em 2023. Para isso, é preciso crescer 5,5% ao ano até lá. Em 2021, o presidente da ViniPortugal “gostaria de crescer muito mais”.

Como correram as vindimas este ano? Houve produtores que optaram por não fazer?

A maior parte dos produtores fez a sua vindima. Foi uma vindima normal. Provavelmente, alguns irão vender os seus vinhos a granel, com perda de valor, porque têm muito vinho engarrafado em casa. Mas não deixaram de vindimar.

É possível fazer um balanço da produção?

Ainda não temos números fechados. A primeira estimativa apontava para uma quebra na produção na ordem dos 3%. Houve uma descida grande a Norte, na região do Douro, e na Beira Interior. Mas tivemos um aumento de produção nos verdes , no Alentejo e em Lisboa. É possível que haja uma quebra de 3%, mas também pode ser menor. Avançar um número agora é pura fantasia.

“Em 2021 gostaria de crescer mais do que 5,5%. Vamos focar-nos nisso.”

E a qualidade, é boa?

É muito boa. Temos regiões muito satisfeitas, como a região dos verdes e Lisboa está contente. No geral as regiões estão contentes. Talvez mais com os brancos do que com os tintos.

Quais são as suas estimativas para este ano no que toca a exportações?

De janeiro a julho subimos 1,6%, devido às quedas de março a junho. O nosso crescimento médio dos últimos anos foi de 3,3%. Não acredito que consigamos chegar a essa meta, mas estou muito confiante de que conseguiremos ficar acima de 1,6% . Apontaria para um crescimento de 2,5%. Tenho fortes expectativas de que, com o aumento do investimento, no próximo ano já tenhamos um crescimento muito maior. O nosso objetivo é crescer a 5,5%, de forma a atingirmos os mil milhões de euros de exportações, que é o objetivo para 2023.

Vai ser possível aumentar as exportações em 5,5% já em 2021?

Em 2021 gostaria de crescer muito mais do que 5,5%. Vamos focar-nos nisso, claramente. Estimo que o primeiro trimestre de 2021 seja muito difícil. Depois gostaria muito que houvesse uma vacina ou uma cura rápida. Algo que oferecesse confiança ao mercado e um aligeiramento das restrições .

E o Brexit, vai ter impacto?

Até agora olhávamos para o Reino Unido como um mercado interno, e vamos passar a olhar como um país terceiro. Mas não é isso que nos assusta, porque exportamos para todo o mundo. Assustam-nos algumas medidas protecionistas que estão a acontecer um pouco por todo o lado. Ficaremos preocupados se o Reino Unido implementar grandes impostos ao vinho ou começar a ter medidas protecionistas, porque é o nosso terceiro maior mercado.

Se isso acontecer, também nós devíamos ser mais protecionistas?

Não. Sou um defensor do mercado de livre circulação. Creio que as medidas protecionistas não ajudam ninguém. “Vamos passar a olhar para o Reino Unido como um país terceiro.”

Ainda no âmbito da promoção, definiu como uma das metas do seu mandato a criação de um observatório de mercados internacionais. Como é que vai funcionar?

O setor tem uma lacuna de informação. Queremos que, de cada vez que tenhamos uma ação num mercado externo, os produtores tenham conhecimento sobre esse mercado. Sobre quem são os agentes, quem consome vinho, como estão a evoluir as vendas, quem são os importadores e distribuidores, quais são os impostos naquele país. Essa informação ou não existe ou está dispersa. Queremos um observatório que possa comprar dados. Já contratámos pessoas para começar a trabalhar dados estatísticos. Na semana passada tivemos uma ação física na Polónia e já fizemos chegar aos produtores muito informação.

Mas é suposto esse trabalho ser feito por vocês?

Alguém tem de o fazer. Se não for o Estado será uma empresa, ou será a ViniPortugal , que é uma associação interprofissional. Se o Estado não o faz, fazemo-lo nós, não temos problemas com isso.

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