Fonte: FPAS
O Presidente da FPAS esteve na Agroglobal, convidado para participar no Painel “Valorização dos efluentes. Do problema à oportunidade”, inserido no seminário “Economia Circular: às voltas com a valorização e a reutilização”, organizado pela FILPORC.
Na sua intervenção, David Neves realçou uma constatação que saiu reforçada naquele painel: por um lado, a qualidade do efluente pecuário como como fertilizante orgânico, evidenciada na apresentação do prof. David Fangueiro (ISA) e, por outro, o reconhecimento dessa qualidade e o interesse no efluente pecuário, enquanto fertilizante, manifestado na intervenção do Eng.º João Coimbra.
Estas posições corroboram o que a FPAS vem defendendo há muitos anos, a valorização agrícola ou valorização orgânica como destino preferencial para os efluentes pecuários. A nova ENEAPAI também aponta a valorização agrícola e valorização orgânica como principal prática para o destino dos efluentes. Afinal o que falta? “No nosso entender, falta adotar a estratégia nacional de um plano de ação que potencie esta prática junto dos agricultores, começando por criar um instrumento legislativo que estimule a concretização deste plano, começando, por exemplo, pela revisão Portaria 631/2009, já desajustada aquando da sua publicação e cuja revisão se aguarda há mais de 4 anos. A ENEAPAI tem de ser mais que um manual de intenções, tem de ser dotada de um plano de ação, assente num compromisso de curto, médio e longo-prazo”, salientou David Neves.
Outro dos aspetos apontados pelo Presidente da FPAS é a necessidade de conquista da confiança dos agricultores. “Há que reconhecer a valorização agrícola como uma solução para os efluentes, dando confiança aos agricultores para que se possa fazer um trabalho de consciencialização de que esta é a solução mais barata e que todos estão empenhados em melhorar as condições ambientais. Para isso, é necessário escutar todos os intervenientes. Não há uma solução igual para todas as zonas. Têm de ser identificados os problemas de cada região”.
Durante o Painel foi ainda possível referir o Roteiro Ambiental para a Suinicultura como objeto de promoção do conhecimento para os profissionais da suinicultura e que vem ao encontro dos objetivos de todos. “É importante que no âmbito da nova PAC se possa apoiar os agricultores que façam a utilização deste tipo de fertilizantes, que sirva de incentivo para pôr em prática estas soluções de aplicação dos efluentes”, concluiu.
O Painel “Valorização dos efluentes. Do problema à oportunidade” foi moderado por Patrícia Fonseca, da FILPORC, e contou ainda com as intervenções de David Fangueiro, do ISA, João Oliveira Miguel, da AdP Valor, e do agricultor João Coimbra.