Fonte: expresso.pt
A ANIL – Associação dos Industrias de Laticínios vem juntar a sua voz aos sectores que têm manifestado preocupação com o impacto e as consequências da greve anunciada apelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMP). “Caso não sejam tomadas as devidas medidas, corre-se o risco de terem de se destruir milhões de litros de leite no campo, o que pode ser desastroso a nível ambiental, alerta a associação.
“A greve anunciada poderá gerar elevados problemas ao sector, seja pelas dificuldades do levantamento de leite das explorações e do seu encaminhamento às unidades industriais, seja pela dificuldade realizar as diferentes operações de transformação, como a de fazer sair os produtos lácteos das fábricas e de os encaminhar para os circuitos comerciais”, diz a ANIL.
Preocupada com o “enorme impacto económico, ambiental e social” que a greve com início marcado para 12 de agosto pode gerar, a direção da ANIL está a trabalhar para incluir o sector dos lacticínios nas medidas a adotar pelo Governo no âmbito da fixação de serviços mínimos e requisição civil dos motoristas”. E salienta que o leite em natureza é “um produto altamente perecível”.
Entre o momento da ordenha e o da sua transformação nos diversos produtos lácteos que todos consumimos “medeia um curto espaço de tempo, findo o qual o leite passa a ser inutilizavel”. E, a este facto é preciso juntar a necessidade de ordenhar os animais duas vezes por dia, o que limita a capacidade de armazenamento das explorações, assim como todo o circuito de recebimento, transformação e consumo.
De acordo com os números divulgados pela ANIL, há cinco milhões de litros que entram diariamente nas unidades industriais do sector, provenientes de milhares de explorações leiteiras em todo o país, são transformados em produtos lácteos, saem nos circuitos logísticos e comerciais para milhares de pontos de venda e, daí, seguem para casa dos consumidores.
“É visível, mesmo antevendo e planeando, a capacidade limitadíssima da indústria para adequar circuitos de recolha apenas e só às suas necessidades de produção”, afirma a ANIL em comunicado.