Fonte: jornaleconomico.pt
“A classe de ativos do sector Agribusiness converteu-se num tipo de investimento com uma relação risco/rentabilidade muito atrativa para diversos investidores e o aumento da procura alimentar tem atraído investidores. Calcula-se que a produção alimentar crescerá entre 60 a 70% para dar resposta ao aumento da população mundial que, até 2050, atingirá nove mil milhões de pessoas”, revela a CBRE.
O número de fundos que investem no sector agrícola multiplicou-se 15 vezes nos últimos 15 anos, alcançando um volume superior a 700 milhões de euros na Península Ibérica em 2020, conclui a CBRE, consultora líder mundial na prestação de serviços para o setor imobiliário, através de uma análise em Portugal e Espanha.
Em Portugal, propriedades com infraestruturas de irrigação no Alqueva podem atingir 25 mil euros por hectar (para culturas permanentes), sendo que uma produção de amêndoa em estágio maduro pode exceder os 80 mil euros/ha.
Nos últimos cinco anos, o investimento em propriedades rurais aumentou em Portugal, especialmente no Alentejo e em Idanha-a-Nova.
A disponibilidade de terrenos de regadio na Península Ibérica constitui outro aspeto relevante, ao abarcar mais de quatro milhões de hectares de terrenos com esta característica.
Em Portugal, a construção da barragem do Alqueva, em 2012, garantirá a ampliação do terreno de regadio a mais 50 mil hectares, revela a CBRE.
“A classe de ativos do setor Agribusiness converteu-se num tipo de investimento com uma relação risco/rentabilidade muito atrativa para diversos investidores e o aumento da procura alimentar tem atraído investidores. Calcula-se que a produção alimentar crescerá entre 60 a 70% para dar resposta ao aumento da população mundial que, até 2050, atingirá nove mil milhões de pessoas”, revela a CBRE.
A consultora explica que um aspeto muito relevante para o investimento no sector agrícola é a solidez dos dados económicos, sobretudo quando não é habitual encontrar um sector que apresente rentabilidades históricas sólidas (cerca de 15%).
“Se há dez anos o investimento no setor agrícola era considerado de alto risco e enorme volatilidade pela maioria dos investidores, hoje o paradigma é muito diferente. O interesse no sector reside na simplicidade desta classe de ativos, que estão intrinsecamente ligados a uma necessidade diária do ser humano, que é a alimentação, e que tem demonstrado rentabilidades muito interessantes e sólidas”, refere em comunicado o diretor da área de Agribusiness da CBRE para o sul da Europa, Thomas Teixeira da Mota.
No quadro da Península Ibérica, o relatório da CBRE indica que os produtos agrícolas, como o azeite, o vinho, os citrinos ou os frutos secos, assim como o clima do mediterrâneo e a disponibilidade de recursos hídricos (com destaque para o Alqueva) suscitaram o interesse dos investidores internacionais na região ao longo dos últimos anos.
“A grande vantagem da Península Ibérica é o seu calendário de produção e as horas de sol. São condições climatéricas imbatíveis, que garantem a qualidade e diversidade das culturas”, acrescenta Thomas Teixeira da Mota.