Impasse no Brexit, estagnação das expetativas sobre investimentos na China e menor interesse nas moedas virtuais marcam o início do mês. Os mercados acionistas da periferia da Europa são os que melhor “performam” nas primeiras duas semanas deste mês, em que o PSI20 apresenta uns orgulhosos +6.28 por cento, seguido do FTSE/MIB +6.4 e Suíça +5.56 por cento. As exportadoras de bens transacionáveis como Altri, Jerónimos Martins, e Navigator, apresentam valorizações superiores a dois dígitos com a instabilidade do euro a beneficiar algumas empresas industriais da zona euro.
A situação britânica mantém-se inalterada, num impasse e sem uma resolução à vista depois do Parlamento não ter votado favoravelmente o acordo com a União Europeia e ter mantido a atual primeira-ministra. Ou seja, a mesma pessoa que discutiu durante dois anos com a Europa vai ter um reduzidíssimo período de três dias para apresentar um Plano B ou alternativo.
A China prossegue o programa de estabilização da sua economia agora com um possível programa de redução de impostos, que teve um impacto relevante no índice Hang-Seng com uma valorização de mais de 500 pontos. As discussões para encontrar um acordo que beneficie a maior nação credora (China) e o seu devedor (Estados Unidos da América (EUA), também se mantém e continua a cooperação para manter elevados os níveis de incerteza sobre as perspetivas do comércio e das trocas comerciais. Tal tem impacto na formação de expetativas sobre investimentos que permanecem estagnados e pendentes de implementação.
O calendário de apresentação de resultados pelas empresas dos EUA iniciou com o setor bancário a apresentar estimativas neutrais, com descida de resultados relacionados com os mercados de capitais, mas com maiores receitas provenientes das comissões com operações bancárias. Porém, beneficiam da forte correção ocorrida no quarto trimestre de 2018 e da qual resulta a recuperação técnica que estamos a assistir.
As “moedas virtuais”, que se constituem mais como ativos financeiros e que continuam sem recuperar o anterior interesse, estará a ser preterido pelo crescente e florescente investimento no setor das canabinóides e seus derivados (substância CBD que se tenta colocar entre “medicina alternativa” e “recreativa” já nas THC). As avaliações também aparentam ser estratosféricas e traduzem múltiplos superiores aos das tecnológicas que seriam alcançadas em situações de explosão das suas receitas.
Os mercados emergentes beneficiam da recuperação técnica das ações e das mercadorias, com o Bovespa com 8 por cento a parecer liderar as melhores valorizações no globo, acreditando numa possível diferente redistribuição de rendimentos, se impactar no acréscimo de vendas e a redução das despesas das suas cotadas.
Fonte: jornaleconómico
