Os autarcas de Montemor-o-Novo e Arraiolos insistiram esta terça-feira na necessidade do abastecimento público de água a partir da Barragem dos Minutos, só usada para rega agrícola, para enfrentar situações de seca, como a atual.
A importância do avanço desta componente do projeto, que esteve sempre prevista para a barragem, mas que ainda não foi executada, foi defendida pelas duas câmaras municipais numa reunião com a empresa Águas Públicas do Alentejo (AgdA), que gere o abastecimento em alta.
«Quisemos perceber, em concreto, o que é que está a ser feito para a concretização do abastecimento público aos dois concelhos a partir da Barragem dos Minutos», disse à agência Lusa António Pinetra, vice-presidente da Câmara de Montemor-o-Novo.
A AgdA, de acordo com os municípios, tem projetado um investimento de nove milhões de euros para o reforço do abastecimento de água aos dois concelhos, no âmbito do Sistema dos Minutos, barragem situada em Montemor-o-Novo e que começou a encher em 2003, após o fecho das comportas.
Abastecido por captações subterrâneas, Montemor-o-Novo «não tem tido problemas no abastecimento público», mas as preocupações existem, face à seca e a situações idênticas futuras, disse o vice-presidente.
«Estamos a fazer uma monitorização quase diária de todas as captações e não estamos numa situação aflitiva», mas, como «se mantém a perspetiva de seca, há preocupação e, a qualquer momento, pode surgir algum imprevisto que cause problemas», realçou.
António Pinetra lembrou que o abastecimento público a partir da barragem «sempre esteve em cima da mesa», mas a sua concretização e a necessária elaboração do plano de pormenor dos Minutos foram sendo adiadas «pelos vários governos».
Do lado de Arraiolos, as preocupações são até maiores, pois, no verão passado, algumas zonas já tiveram de recorrer a água transportada com recurso a autotanques dos bombeiros, depois de os furos terem secado.
«Estamos extremamente preocupados com a situação atual, tendo em conta que não tem chovido e que, no verão passado, já se fizeram carregamentos de água para Igrejinha, S. Pedro da Gafanhoeira e Arraiolos», assumiu à Lusa a presidente da câmara, Sílvia Pinto.
Perante as perspetivas deste ano, sobretudo a de «um verão que não se avizinha nada fácil», a autarca de Arraiolos explicou que, na reunião com a AgdA, pretendeu «alertar a empresa de que, efetivamente, é necessário avançar com este investimento».
Segundo os municípios, a AgdA afirmou, na reunião conjunta, que «o modelo e quadro de investimentos se mantém» e que 2018 é «um ano de projeto e de estudo de possibilidades e alternativas complementares às atuais».
«Existe a possibilidade de financiamento do projeto neste quadro comunitário», até 2020, e, por isso, «a grande reivindicação que fazemos é que, até lá, o investimento já esteja com algum avanço em termos de obra no terreno», reclamou o vice-presidente da Câmara de Montemor-o-Novo, corroborado pela autarca de Arraiolos: «É preciso que avance».
Fonte: Lusa