Produção de castanha em Valpaços em risco devido à septoriose

Confagri 11 Out 2023

Devido às condições meteorológicas dos últimos meses, os soutos de Valpaços estão a ser afectados pela septoriose, doença causada pelo fungo Mycosphaerella maculiformis. Nos casos de ataques severos da doença, as folhas acabam por enrolar pondo em causa desta forma o normal desenvolvimento do fruto.

Este fungo é uma doença secundária, não causando de forma regular grandes prejuízos económicos. Contudo tem o seu desenvolvimento potenciado quando ocorrem períodos de chuva intensa e com temperatura média não muito elevada no Verão, como se verificou este ano.

As folhas apresentam manchas uma coloração castanha (necroses) com rebordos amarelos nos dois lados, podendo levar à queda prematura da folha se as manchas abrangerem toda a folha. Nos ouriços, pecíolos e pedúnculos, surgem manchas necróticas de coloração semelhante às folhas.

Segundo Lino Sampaio, um dos responsáveis pela Agrifuturo, associação sediada em Carrazeda de Montenegro, criada para valorizar o setor da castanha em Valpaços, nas últimas semanas assistiu-se à perda da produção de castanha em Valpaços, em especial dos soutos que não foram previamente tratados com um tratamento à base de cobre. A Agrifuturo atempadamente avisou, emitindo dois avisos durante o Verão, os seus agricultores sensibilizando-os para a importância desse tratamento preventivo.

Este fungo desenvolve-se nas folhas caídas no Outono e por isso os meios de luta deverão ser preventivos. As folhas podem ser tratadas com adubos diluídos (ureia, cloreto de potássio) seguindo-se ou não o seu enterramento à superfície. Em alternativa, mas pouco recomendável, as folhas podem ser recolhidas e queimadas (fora do souto e em local seguro). A aplicação de produtos à base de cobre nas folhas da árvore e do chão pode reduzir o risco de infeção, embora no caso da folhagem no chão deva ser monitorizado o teor de cobre no solo (devido à possibilidade de se acumular até níveis tóxicos).

A Agrifuturo apela assim os serviços do Ministério da Agricultura que olhem de forma atenta para esta doença e a incluam de forma eficiente nos seus avisos, pois só assim as organizações de agricultores podem alertar os proprietários para a necessidade de realização de tratamentos. A Agrifuturo em conjunto com a Confagri irão desenvolver esforços no sentido de avaliar a inclusão desta doença na listagem de agentes fitossanitários prioritários do Sistema de Alerta.

Os avisos oficiais são de especial relevância pois para além da informação, complementam os esforços desenvolvidos pelas organizações de agricultores

Em paralelo será necessário avaliar as técnicas mais adequadas e eficientes dirigidas a este problema fitossanitário que pode vir a ter a sua ocorrência mais frequente nos próximos anos devido aos novos padrões meteorológicos.

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