As empresas portuguesas exportadoras mantiveram em 2016 uma «elevada exposição» a apenas um mercado, com 69,9 por cento a vender só para um país, nomeadamente Angola, Espanha e Estados Unidos da América, mas esta dependência tem diminuído desde 2010.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), no ano passado 69,9 por cento das empresas exportaram apenas para um mercado, concentrando 7,2 por cento do valor exportado, sendo que as empresas com pelo menos 50 por cento das suas exportações concentradas em apenas um mercado representaram 94,1 por cento do total de empresas e cerca de metade do valor exportado.
Angola, Espanha e Estados Unidos da América (EUA) são os três mercados onde se regista uma maior exposição das empresas portuguesas.
Ainda assim, nota o INE, entre 2010 e 2016 registaram-se reduções nestes indicadores, «indiciando uma redução da dependência das empresas exportadoras de bens face a apenas um mercado», numa evolução que «poderá traduzir uma maior aposta por parte das empresas na diversificação de mercados, em resposta à crise global do comércio internacional verificada em 2009 e a crises específicas em alguns mercados relevantes (como foi o caso de Angola)».
De acordo com os dados do INE, o peso das empresas que exportaram exclusivamente para um mercado diminuiu tanto em número de empresas como em valor exportado (-2,4 pontos percentuais e -1,5 pontos percentuais em 2016 face a 2010, respetivamente), assim como o peso das empresas com pelo menos 50 por cento das suas exportações para apenas um mercado (-0,8 pontos percentuais em número e -2,1 pontos percentuais em valor).
Em 2016, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, EUA, Países Baixos, Itália, Angola, Bélgica e Marrocos foram os dez principais destinos para os bens nacionais, representando, no seu conjunto, 76,2 por cento das exportações totais.
Segundo nota o INE, quer em relação ao número de empresas, quer ao valor exportado, «evidencia-se claramente uma elevada exposição das empresas portuguesas exportadoras de bens em relação a Angola, sendo também significativa com Espanha e EUA».
Segundo os dados provisórios hoje divulgados pelo INE para o comércio internacional em 2016, as exportações de bens totalizaram 50.022 milhões de euros, o que corresponde a um aumento nominal de 0,8 por cento face ao ano anterior, e o valor das importações de bens aumentou 1,5 por cento, totalizando 61.243 milhões de euros.
A balança comercial de bens atingiu um saldo negativo de 11.221 milhões de euros, o que representa um aumento do défice em 510 milhões de euros face ao ano anterior.
Fonte: MadreMedia/Lusa