A programação da Cidade do Vinho 2019, distinção atribuída ao Peso da Régua, arranca no sábado com o cantar dos reis e inclui uma feira de vinhos, concurso de fotografia, ações de formação e recriação histórica das vindimas.
A cidade de Peso da Régua, no distrito de Vila Real, é a primeira do Douro a ser eleita pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) Cidade do Vinho, uma oportunidade que o município quer aproveitar para promover e valorizar o produto que é a base da economia da região.
«Queremos que seja um evento do concelho, mas também um evento de todo o Douro. A nossa perspetiva, com este galardão, é trazer valor acrescentado à fileira do vinho para que se possam dar passos sólidos para a sustentabilidade deste negócio», afirmou o presidente da Câmara da Régua, José Manuel Gonçalves.
O autarca referiu que, ao longo do ano, serão realizadas «múltiplas atividades» que congregam história, tradição e inovação e que contam com a participação de vários parceiros privados, como produtores e restaurantes, e institucionais. Pretende-se, acrescentou, atrair «mais visitantes à região e mais notoriedade e reconhecimento à marca Douro».
No sábado é dado o arranque das iniciativas com a tradição de cantar os reis e um brinde ao novo ano com vinho do Porto, um evento que vai juntar grupos de cantares provenientes de todo o concelho na praça do município.
A programação inclui ainda um concurso de fotografia que pretende promover o património cultural e natural do Douro, bem como as suas tradições da vinha e do vinho, passando pela gastronomia, as artes as suas gentes e as características particulares da região.
José Manuel Gonçalves destacou a feira do vinho do Douro, entre 7 e 10 de junho, que se pretende que seja «um evento marcante», com dimensão internacional, onde estarão representados os produtores de referência da região e que vai ser o palco para o lançamento de novos vinhos.
A Régua vai acolher a Gala Cidade do Vinho 2019, a final da Rainha das Vindimas e será palco para uma recriação histórica das vindimas no início do século XX. Realizar-se-á também um congresso que vai cruzar o tema vinho com os diversos escritores da região, muitos dos quais se inspiraram no Douro, nas suas paisagens em socalcos e no rio.
Ao longo do ano decorrerão seminários e fóruns ligados às temáticas vinho e enoturismo e serão realizadas ações de formação, nomeadamente a bordo dos barcos turísticos, sobre como servir o vinho, interligando-o com a história e a cultura.
«E é isto que nos diferencia de outras regiões. Aqui temos uma história associada ao vinho e é importante que quem nos visita saiba o que custa produzir o vinho aqui, o que custou construir a região que é hoje Património da Humanidade», salientou o presidente.
Esta história, defendeu, «tem de ser incorporada no vinho para lhe dar valor acrescentado» e «garantir a sustentabilidade» dos produtores e da região.
«O vinho desta região é vinho de qualidade e tem que ser vendido cada vez mais a preços que sejam compatíveis com aquilo que é o custo de produção. Sou completamente contra entrarmos num supermercado e vermos lá garrafas de vinho do Porto a quatro euros. É um atentado ao vinho do Porto», frisou.
O Peso da Régua vive em torno do vinho. Historicamente desempenhou um importante papel como interposto comercial e centro de serviços ligados à atividade vitivinícola.
Nas últimas décadas, a cidade foi perdendo essa influência comercial, mas tornou-se num importante ponto turístico. O desafio passa agora, segundo José Manuel Gonçalves, por criar mais e melhor oferta para quem visita a região, proporcionado um acesso «mais direto ao produto vinho».
Um «importante exemplo» do que já foi feito é o cais de mercadorias da REFER, junto à estação ferroviária. De centro abastecedor de mercadorias foi transformado num espaço de restaurantes, garrafeiras e bares que mantêm «uma forte ligação a vinho».
Fonte: Lusa