A Câmara de Bragança estima prejuízos de 15 milhões de euros na castanha devido à seca e pede ao Governo medidas compensatórias imediatas para minimizar o impacto no concelho que é o maior produtor português deste fruto seco.
A reivindicação consta de uma resolução aprovada esta terça-feira em reunião de câmara e que será enviada a várias entidades regionais e nacionais, nomeadamente ao ministro da Agricultura, Capoulas Santos.
A autarquia descreve esta campanha da castanha, dos produtos agrícolas mais rentáveis e do qual depende parte significativa das famílias do concelho, como «o pior ano desde que há memória» e indica que, «de acordo com cálculos efetuados por agentes locais ligados ao setor, os prejuízos estimam-se em 15 milhões de euros».
Nesse sentido, solicita «ao Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, a aprovação imediata de medidas compensatórias específicas dirigidas aos produtores de castanha, acompanhadas do respetivo pacote financeiro, por forma a serem minimizados os prejuízos causados pela seca extrema que assola o país e esta região em particular».
O município lembra que «a castanha é o produto agrícola responsável pelo maior volume de exportações do Nordeste Transmontano, estando esse contributo avaliado em cerca de 100 milhões de euros».
Este produto é também «a principal fonte de receita de muitas famílias, tornando este o mais sustentável e rentável da atividade rural desta» região.
Na resolução pode ler-se que «a denominada Terra Fria Transmontana é a grande produtora de castanha em Portugal, sendo os concelhos de Bragança e Vinhais responsáveis pela produção de um terço da castanha nacional, ou seja, 25 mil toneladas anuais».
De acordo com a descrição, a seca extrema afetou «a produção de castanha, em qualidade e quantidade, com quebras superiores a 50 por cento, registando-se, ainda, um elevado número de castanheiros secos, pondo em causa a produção de anos subsequentes».
Acresce que «a diminuição da produção de castanha não foi acompanhada pela expectável valorização do fruto, verificando-se o contrário, ou seja, a redução do preço em mais de 40%, devido à fraca qualidade deste fruto seco».
A exposição salienta também que, a 15 de novembro, o concelho de Bragança estava incluído nos «94 por cento do território» português que se encontravam em “seca extrema” nos dados oficiais publicados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Fonte: Lusa