Seca: Produtores do nordeste algarvio estão endividados e reclamam medidas

Confagri 26 Fev 2018

Os produtores do nordeste algarvio, no distrito de Faro, reclamam medidas urgentes do Governo para enfrentar a seca e dizem que a falta de água naquele território está a fazer com que muitos fiquem endividados.

A falta de água no nordeste algarvio está já a asfixiar financeiramente os produtores locais, que reclamam medidas urgentes do Governo para enfrentar a seca. «Estamos muito perto da fronteira, ao lado do Alentejo, temos exatamente o mesmo clima, ou pior, mas medidas diferentes», queixou-se à Lusa Valter Luz, vice-presidente da Cumeadas, Associação de Produtores do Nordeste Algarvio.

A Cumeadas, que reúne 400 associados, vai fazer uma exposição ao Governo a pedir uma nova medida de apoio aos produtores agrícolas daquele território, ou, em alternativa, que a medida aberta há um ano tenha uma majoração de 80 por cento e não de 50 por cento.

O Governo alargou aos concelhos de Alcoutim e Castro Marim as Medidas Seca 2017, que previam apoios até 50 por cento para o transporte, captação e armazenamento de água para pequenas explorações agrícolas, contudo, a medida fechou com uma taxa de execução de apenas 10 por cento.

«A medida não foi atrativa porque os empresários agrícolas estão endividados devido ao aumento exponencial dos custos de produção. Como não há pastagem, o gado tem que ser alimentado com ração», ilustrou, acrescentando que se trata de uma questão «de sobrevivência».

Valter Luz defende, por isso, que o Governo, com a verba que ficou cativa e não foi utilizada, «dê uma maior majoração no subsídio à medida que contempla as pequenas explorações», que permita aos produtores a construção de charcas, a realização de furos ou o transporte de água.

Aquele responsável reconhece que é no Alentejo que existem as grandes explorações agrícolas, com um grande peso na economia, mas considera que o nordeste algarvio, onde os efeitos da seca são visíveis nas culturas e na alimentação para os animais, não pode ser esquecido.

Segundo Valter Luz, a construção de uma nova barragem seria «a melhor solução», mas enquanto isso não acontece, é «urgente que o Governo tome atenção a estas pequenas medidas, que vão resolvendo o problema, localmente, nas explorações». Caso não haja medidas urgentes, as consequências podem ir desde a morte de animais e de árvores ao «comprometimento sério» do desenvolvimento de plantas.

«O que se prevê para a Península Ibérica é que as culturas de sequeiro, com as alterações climáticas, vão tendencialmente desaparecer e toda a agricultura ou passa a ser de regadio, ou acaba», concluiu.

Fonte: jornaldenegocios

Balcão Verde

Balcão de Atendimento aos Agricultores.
Com o RURALSIMPLEX é possível junto das estruturas locais - Cooperativas Agrícolas, Caixas de Crédito Agrícola, Associações de Agricultores e outras entidades com o protocolo específico agrupadas na CONFAGRI - atender Agricultores e prestar-lhes serviços de qualidade.

Aceder ao Balcão Verde Acesso reservado
Newsletter

Subscreva a newsletter do Portal da CONFAGRI

Email Marketing by E-goi