Seca: Produtores pedem ajuda para «calamidade» em culturas e setor pecuário

Confagri 31 Out 2017

A seca extrema em Portugal está a prejudicar culturas e pasto para animais, com produtores de diversos setores a falarem de «calamidade» e a reclamarem do Governo ajudas extraordinárias para fazer face aos prejuízos.

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, em conferência de imprensa com o seu colega da Agricultura, Capoulas Santos, avisou «que ninguém se iluda» quanto à gravidade da seca que afeta o país, referindo que os portugueses têm de fazer «uso parcimonioso» da água e as autarquias devem limitar o uso da água em lavagens de ruas e regas a situações inadiáveis.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o verão de 2017 foi quente e extremamente seco, com temperaturas médias do ar superiores e quantidades de precipitação inferiores ao normal.

O Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) revelou que, no final de setembro, mais de 80 por cento de Portugal continental estava em seca severa e a quantidade de água armazenada tinha voltado a descer em todas as bacias hidrográficas de Portugal continental, na comparação com agosto.

A Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA) tem advertido que a situação pode ser de «calamidade» se o próximo inverno for seco, porque mais de uma centena de municípios depende de captações precárias de água que poderão secar.

No Douro, a seca provocou situações pontuais de «stress hídrico extremo» nas videiras, o que conduziu à antecipação generalizada das vindimas já em agosto.

Os produtores florestais, sobretudo os do Alentejo, estão preocupados com os reflexos que a seca prolongada pode ter na qualidade e na quantidade de cortiça tirada na campanha do próximo ano, assim como na mortalidade «acima do normal» de sobreiros, principalmente jovens.

Os produtores de castanha da zona de Marvão, no Alto Alentejo, afirmam que está a ser «péssima» este ano e os produtores de Transbaceiro, em Bragança, pediram ajuda ao Governo para «a calamidade» que se abateu sobre a produção, porque a seca extrema não permite que este fruto atinja o calibre adequado.

O presidente da Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela estimou uma redução de produção deste queijo em mais de 50 por cento face ao ano passado.

Os produtores de leite do Planalto Mirandês admitiram a redução em cerca de um terço da atual produção, de 45 mil litros/dia, devido à falta de água e de pasto nas explorações agrícolas.

Também os produtores de ovinos de Raça Churra Mirandesa se mostram apreensivos, tendo em conta que a seca está a prejudicar as explorações devido à escassez de alimento para o gado.

Em meados de agosto o Governo anunciou que um total de 150 toneladas de peixes iria ser retirado de quatro albufeiras no Alentejo e transformado em farinha para alimentação animal, devido à seca e para não prejudicar a qualidade da água.

Paralelamente, a própria Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) procedeu à retirada de 12 mil quilos de peixe em duas outras albufeiras do empreendimento que gere.

Em Bragança, a população da aldeia de Rebordãos recuperou uma tradição antiga e excecional para pedir chuva à Senhora da Serra, com uma novena rezada enquanto se carrega a santa em ombros durante duas horas, porque, segundo o pároco Manuel Rodrigues, «as pessoas estão já em pânico» por causa da falta de chuva na agricultura.

 

Fonte: Lusa

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