O vice-presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa disse que os vinhos daquela região estão a ser salvos da seca registada em Portugal por causa da existência de orvalhos noturnos (humidade do ar) oriundos da brisa marítima.
«A região de Lisboa é fresca e tem muita humidade e orvalhos noturnos da brisa marítima o que permite não sentir problemas de seca que sentem outras regiões do país», avançou à Lusa Carlos da Fonseca e acrescentou que a existência de orvalhos noturnos permite aos vinhos da região de Lisboa ter uma «maturação mais harmoniosa».
O presidente da CVRL, Vasco D’Avillez, adiantou que os vinhos da região de Lisboa tiram partido da influência do mar, facto que induz a uma quantidade de «humidade noturna que equivale a uma rega, sem ter rega».
Mais de 80 por cento de Portugal continental encontrava-se em setembro em seca severa, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, caracterizando-o de mês «extremamente quente». Neste período, o total de precipitação acumulado foi de 621,8 milímetros (70 por cento do normal), sendo o 9.º valor mais baixo desde 1931.
A Região Vitivinícola de Lisboa tem atualmente 103 produtores e produz um milhão de hectolitros de vinho por ano. Segundo descreveu o presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVRL), os vinhos de Lisboa caracterizam-se com vinhos brancos com «mineralidade» e «tintos encorpados e com fruta» que, em geral, são «bebidos novos», para além do binómio preço/qualidade ser «imbatível».
A CVRL avançou hoje que a região de vinhos de Lisboa ia terminar o ano de 2017 com 40 milhões de garrafas vendidas. «Vamos acabar o ano com 40 milhões de selos», declarou Vasco D’Avillez, explicando que esse número corresponde a 40 milhões de garrafas, o que equivale a «aproximadamente 100 milhões de euros» para a economia portuguesa.
Fonte: Lusa