Setor do vinho no Alentejo com «notório crescimento» em 30 anos

Confagri 16 Mai 2019

O setor dos vinhos no Alentejo teve um «notório crescimento» em 30 anos, passando de 720 mil litros certificados em 1990 para 85 milhões de litros em 2018, revelou a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana.

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Francisco Mateus, que falava no 11.º Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo, que arrancou esta quarta-feira, em Évora, considerou ter existido «um notório crescimento» do setor «no espaço de 30 anos» e deu como exemplo as vindimas de 1989 e de 2017, assim como as respetivas produções de 1990 e de 2018.

«Na vindima de 1989, o Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada (VQPRD)» no Alentejo «nasceu» de 1.650 hectares de vinha plantados, o que resultou numa produção em que «foram certificados, em 1990, 720 mil litros».

Já na vindima de 2017, comparou, o vinho com «selo de Denominação de Origem Controlada (DOC)» e o Regional «vieram de 21.350 hectares», tendo sido certificados, no ano seguinte, «85 milhões de litros».

Em declarações à agência Lusa, à margem do simpósio, que se prolonga até sexta-feira, o presidente da CVRA revelou que, ao nível do mercado nacional e em termos de vinhos com designação de origem, a região representou «37% por cento em volume e 41 por cento em valor».

«O que significa claramente que o preço de garrafa do vinho do Alentejo está a valorizar no mercado nacional e isso é um bom sinal», porque evidencia «que as pessoas estão dispostas a pagar mais por um vinho da região», frisou.

Quanto à exportação, sem referir números concretos, Francisco Mateus explicou que a tendência foi semelhante à do mercado nacional, ou seja, «verificou-se um decréscimo em termos de volume, mas o preço médio da garrafa também aumentou».

«É preciso não esquecer que tivemos três campanhas com menos produção e, portanto, havia menos “stocks” disponíveis para venda e foi isso que fomos verificando ao longo do tempo, não vai tanto vinho para o mercado», indicou.

Ainda quanto a 2018, «o Alentejo representou 11,7 por cento da área de vinha em Portugal, 22 mil hectares, 17,8 por cento da produção de vinho, 8,1 por cento no volume e 8,4 por cento no valor de exportação de vinhos engarrafados, incluindo o Porto», assinalou.

«Para uma região entre 14, que são aquelas que o país tem, penso que estes são dados muito positivos. E é lógico que o nosso objetivo é crescer, mas não nos podemos esquecer que não é só o Alentejo que quer crescer, todos querem crescer», disse o presidente da CVRA.

O futuro e a sustentabilidade do setor do vinho em termos económicos, sociais e ambientais são os temas em foco no 11.º Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo, promovido pela CVRA, Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (ATEVA), Universidade de Évora, Direção Regional de Agricultura e Pescas e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo.

O encontro, realizado de três em três anos, pretende divulgar o conhecimento técnico e científico ligado ao mundo da vinha e dos vinhos e promove a troca de experiências e o contacto direto entre investigadores e técnicos desta área.

Fonte: Lusa

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