O concurso Vinduero-Vindouro, que pretende distinguir os melhores vinhos produzidos em Portugal e em Espanha, assume-se como o maior do género na Península Ibérica, ultrapassando neste ano em que celebra 15 anos de existência as 500 referências.
Este concurso transfronteiriço realiza-se no início de agosto na pequena localidade espanhola de Travanca, província de Salamanca, a poucas dezenas de quilómetros da fronteira portuguesa, no território do Douro Internacional e Beira Interior.
«Este é o maior concurso de vinhos na Península Ibérica, em quantidade e qualidade. Não há, em Portugal ou em Espanha, um concurso com esta dimensão. Começamos há 15 anos com pouco mais de 30 referências e este ano vamos ultrapassar as 500», disse à Lusa o presidente do Vinduero-Vindouro, José Luís Pascual.
A organização dos prémios Vinduero-Vindouro está a cargo do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero-Douro, um organismo de cooperação ibérica que reúne mais de 213 associados, desde Vinhais (Bragança) até ao Sabugal (Guarda).
«Este concurso começa a atrair os produtores de vinho do nosso território, sendo que Portugal está praticamente em pé de igualdade com Espanha. Os néctares portugueses têm vindo a ganha escala no concurso de ano para ano, arrebatando diversas medalhas de ouro e prata», vincou o também diretor geral do AECT Duero-Douro.
A concurso apresentam-se vinhos de praticamente todas as regiões de origem portuguesa e espanhola, como a Rioja, Toro, Ribeira del Duero, Douro, Trás-os-Montes, Bairrada, Beira Interior, Alentejo, Setúbal e ilhas Canárias, entre outros pontos da península, com produtores de vinhos de mesa ou generosos.
«Os prémios Vinduero-Vindouro têm ajudado produtores particulares e cooperativas vitivinícolas a desenvolver o setor do vinho e a colocá-los em valor na Península e Ibéria e na América latina, ou nos Países de Língua Oficial Portuguesa», indicou o responsável.
José Luís Pascual salienta que o júri dos prémios Vinduero-Vindouro é composto para especialistas em vinhos provenientes de vários continentes: Europa, Ásia e América Latina.
«A garantia de ter uma medalha nos prémios Vinduero-Vindouro é sinónimo de portas abertas para o mercado internacional. E o concurso é complexo, porque não é fácil ter 90 pontos para se arrecadar uma medalha de ouro, já que o júri é exigente o obriga os produtores a fazer mais e melhor», observou.
Todos os vinhos são classificados através de «uma prova cega», com os jurados a avaliarem os mais de 500 vinhos a concurso. «Começámos pequenos, com 32 vinhos a concurso. Porém, o júri, o painel de provadores e os produtores têm ajudado a fazer crescer este concurso no interior peninsular», frisou.
A organização pretende aumentar em 25 por cento o número de vinhos a concurso face à média dos anos anteriores, o que poderá fazer chegar aos 600 o número de néctares a concurso, que se realizará de 1 a 3 de agosto, em Trabanca, Espanha. «É um objetivo que está ao nosso alcance, face ao número de inscrições que têm sido feitas até ao momento», disse o responsável pelos prémios Vindouro.
A Região Demarcada do Douro é, para já, o território que mais vinhos tem inscritos para esta 15.ª edição. «Os vinhos portugueses do Douro e os espanhóis da Rioja e Rebeira del Duero estão em pé de igualdade no que respeita a inscrições e prémios conseguidos no decurso, da história do certame, e este sempre foi um dos nossos principais objetivos ao promover a iniciativa Vinduero-Vindouro», disse José Luís Pascual.
Para a organização, «este concurso é uma porta aberta para os vinhos portugueses entrarem no mercado espanhol». Os prémios Vinduero-Vindouro estão integrados na Rota Internacional do Vinho que pretende ser, na zona raiana, um instrumento com capacidade de atrair turistas a um território onde se produzem vinhos de referência, como é caso do Douro Superior ou as províncias espanholas de Zamora e Salamanca.
Fonte: Lusa