Fonte: cmjornal.pt
No evento, onde estiveram presentes mais de 7.400 vinhos de dezenas de países produtores internacionais, a empresa arrecadou 10 medalhas para os seus vinhos.
A Adega de Pegões foi considerada a Melhor Cooperativa do Concurso Berliner Wein Trophy, que decorreu este ano na capital alemã. No evento, onde estiveram presentes mais de 7.400 vinhos de dezenas de países produtores internacionais, a empresa arrecadou 10 medalhas, das quais sete de ouro – Rovisco Pais Premium Tinto 2017, Adega de Pegões Alicante Bouschet 2015, Portinho do Covo Branco 2018, Adega de Pegões Touriga Nacional, Adega de Pegões Grande Reserva Tinto, Adega de Pegões Trincadeira e Contemporal Moscatel Roxo 2011 – e três de prata. De notar que a empresa já tinha sido considerada o Produtor Português do Ano em 2017 e 2018 no Concurso International Wine & Spirit Competition, que decorre no Reino Unido.
A cooperativa foi também a empresa portuguesa mais premiada no concurso internacional La Selezione del Sindaco, organizado pela Associação Italiana das Cidades dos Vinhos, que decorreu recentemente em Frascati. Representando a cidade do Montijo, a Adega de Pegões conquistou quatro grandes medalhas de ouro, 14 de ouro e quatro de prata, somando um total de 18 prémios na 18.ª edição deste evento, que se realiza anualmente em Itália.
Melhor vinho na China
Pouco tempo antes tinha obtido 18 medalhas na Prodexpo 2019, concurso realizado na Rússia, e sete nas Citadelles du Vin 2019, que decorreu em França. De salientar que, no primeiro país, o tinto Vinhas de Pegões Syrah 2017 foi considerado uma das estrelas do evento.
Estas proezas estão a contribuir para que 2019 seja, mais uma vez, um ano extraordinário para os vinhos da Adega de Pegões. Basta lembrar que, até agora, já ganharam mais de 160 prémios em concursos nacionais e internacionais. Destaque, entre outros, para a dupla medalha de ouro para o tinto Adega de Pegões Touriga Nacional no China Wine & Spirits Awards Best Value 2019.
Gerida por Mário Figueiredo, Maria Helena Oliveira e Carlos Pereira, a Adega de Pegões tem, como diretor-geral, o enólogo Jaime Quendera. Hoje é o maior produtor e principal certificador de vinhos da península de Setúbal. “O empenho que temos tido em produzir, e pôr no mercado, vinhos com boa relação qualidade/preço ajudou-nos a tornar-nos na maior empresa da região”, defende Jaime Quendera.
Com o objetivo de melhorar a qualidade dos seus vinhos, a Adega concretizou uma estratégia de modernização dos sistemas de produção e de estabilização financeira durante as duas últimas décadas. O efeito desse trabalho é sentido pelos parceiros da empresa e pelos consumidores e é o fator principal que tem sustentado a evolução positiva e o sucesso do seu negócio, e o reconhecimento das suas marcas cá e lá fora.
Em particular, no ano passado, foi feito um reforço de capacidade de vinificação e armazenamento de mais quatro milhões de litros de vinho, para fazer face à procura crescente dos mercados.
A Adega é moderna e dinâmica, vocacionada para a produção de vinhos com boa relação qualidade/preço, dos vinhos tranquilos aos espumantes e moscatéis. Isto tem sido confirmado pelos resultados das suas marcas nos concursos nacionais e internacionais do setor, nos quais a Adega de Pegões obteve 261 medalhas em 2018, ano em que registou o seu valor mais alto de faturação de sempre, mais de 20 milhões de euros. Nos últimos 13 anos, a empresa conquistou mais de 1.000 medalhas em concursos realizados um pouco por todo o mundo.
17,5 milhões de garrafas em 40 mercados
Fundada em 1958, produz e comercializa atualmente mais de 17,5 milhões de garrafas para mais de 40 países em todo o mundo. “São os mais interessantes para a empresa”, explica Jaime Quendera. Com um volume de negócios de 20 milhões de euros, a Adega de Pegões perspetiva crescer 10% este ano.
Situada entre duas reservas naturais, a do estuário do Tejo, a noroeste, e a do Sado, a sudoeste, e tendo a poente a serra da Arrábida e a nascente os barros alentejanos, a região de Pegões apresenta condições de vegetação privilegiadas para a vinha. Com o seu clima mediterrânico, a influência do oceano Atlântico, e o seu solo arenoso e pobre, origina vinhos de características ímpares, próprios de um terroir distinto.
É uma zona de planície, formada pela deposição de materiais carregados pelos rios Tejo e Sado durante milhões de anos, onde são atingidas temperaturas muito elevadas durante o verão. O excesso de calor é aplacado pelas brisas marítimas que sopram do lado do Atlântico, suavizando o ambiente e impedindo que a temperatura média do ar ultrapasse os 45 ºC. Contribuem, assim, para os vinhos produzidos em Pegões não serem demasiado maduros e terem alguma frescura.
Além disso, a presença de um lençol freático próximo da superfície do solo ajuda as vinhas a manterem-se verdejantes, contribuindo para a elevada concentração de açúcares nos bagos de uva. “Trata-se de uma maturação homogénea, e os vinhos que produzimos aqui refletem isso”, explica Jaime Quendera. “É preciso não esquecer que, apesar de o Homem ter um papel importante na produção dos vinhos, 70% das suas características dependem da qualidade das uvas que chegam à porta da adega”, acrescenta.
As que a empresa transforma têm, hoje, origem em mais de 1.150 hectares de vinhas dos seus associados. São principalmente castas tintas, que correspondem a 70% de um encepamento dominado pelo Castelão, Syrah e Touriga Nacional. As principais variedades brancas são a Fernão Pires, o Moscatel e o Verdelho.
Evolução positiva
Até 1994, quando o enólogo Jaime Quendera começou a trabalhar na Adega de Pegões, a empresa produzia e comercializava mais vinhos a granel do que engarrafados. A partir daí passou a apostar, de forma continuada, na produção de vinhos de qualidade, sem nunca descurar o cliente. “É para ele que passamos essa mais-valia, comercializando produtos sérios, a bom preço”, defende Jaime Quendera. É por isso que a Adega de Pegões está constantemente a pôr os seus vinhos à prova em concursos nacionais e internacionais. Os prémios que tem conquistado ao longo dos anos demonstram a qualidade do trabalho que está a ser feito.
Basta lembrar que, em 2017, a Adega de Pegões foi a quinta melhor empresa portuguesa no ranking da organização mundial dos críticos e jornalistas especializados, a World Association of Writers and Journalists of Wines and Spirits. Esta lista engloba os 100 melhores produtores mundiais, com base nos resultados obtidos pelos vinhos das empresas em 80 dos 490 concursos internacionais realizados em todo o mundo durante o ano, aqueles em que participaram mais de cinco países. Para o estabelecimento deste ranking, foram avaliados mais de 680 mil vinhos.
Preços competitivos
É a agricultura moderna que garante o futuro. Por isso, a Adega de Pegões tem o seu garantido, até porque parte da sua equipa é formada por jovens com formação, tal como uma parcela dos seus cooperantes. “Temos, atualmente, 90 sócios, que usam clones selecionados, e vinhas plantadas em extensão, que são mecanizadas e estão em plena produção”, explica Jaime Quendera.
Uma das grandes vantagens da Adega de Pegões, perante a concorrência, é o baixo custo de produção de um quilo de uva para vinho, numa região onde a água está disponível em permanência, as vinhas são mecanizadas e estão plantadas em terrenos planos. Segundo Jaime Quendera, é essencial produzir os melhores vinhos, sempre a preços competitivos. Só assim esta empresa consegue concorrer, no mercado global, com os produtores da Argentina, Austrália, Chile, Califórnia, França, Espanha ou Itália. “E nós temos capacidade concorrencial, mantendo a qualidade dos vinhos que pomos no mercado”, defende o diretor-geral da Adega.
É verdade que isso significa que a empresa vende vinhos baratos. “Mas este tipo de gestão permite que comercialize também vinhos da gama média e de preços mais elevados”, explica, acrescentando que foi dessa forma que conseguiu entrar nas Filipinas, hoje um dos principais mercados de exportação da Adega de Pegões. “Se não o tivesse feito, não tinha conseguido entrar com as outras marcas”, defende Jaime Quendera, explicando que é desta forma que este tipo de negócios é feito. Para o futuro está a ser estudada a entrada em países do continente americano, como o México, a Costa Rica, o Peru e a Colômbia. “São mercados com potencial de crescimento, que estamos a pensar explorar”, diz ainda Jaime Quendera.