O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, considerou que o ano agrícola foi «globalmente positivo», apesar dos constrangimentos impostos pela seca e pelos incêndios florestais.
«O ano de 2017 foi marcado por dois factos muito negativos para o setor agrícola, refiro-me à seca e à questão dos incêndios florestais, […] mas o ano agrícola acabou por ser globalmente positivo já que foi possível garantir que as culturas regadas tivessem água durante todo o ano», disse à Lusa, Capoulas Santos.
De acordo com o ministro da Agricultura, apesar de se ter verificado uma diminuição dos níveis dos recursos, «as atividades não foram prejudicadas e isso teve como consequência aumentos de produção».
«O ano agrícola foi mau para a pecuária, para o arroz e para os cereais mas, globalmente, foi um ano positivo e, de tal modo assim foi, que nos permitiu, nos primeiros dez meses, aumentar em 12 por cento as nossas exportações», considerou.
Para Capoulas Santos, os números traduzem um conjunto de «posições muito importantes», como a reforma florestal. «A reforma florestal começou muito antes dos incidentes incêndios de Pedrógão, depois foi um pouco chamuscada por esses acontecimentos, mas acabou por fazer o seu caminho e estará, no início de 2018, plenamente em vigor e espero que seja uma reforma para produzir frutos para as próximas décadas», referiu.
O governante destacou ainda o alargamento das equipas de sapadores florestais, o Programa Nacional de Regadios, a redução de 30 por cento no preço da água do Alqueva e o aumento em 155 milhões de euros da dotação do Programa de Desenvolvimento Rural.
«Foi o ano em que a agricultura biológica viu aprovada uma estratégia nacional e um plano de ação, um setor para o qual estão agora lançadas as condições para o seu desenvolvimento. Foram abertos mais 26 novos mercados para 57 produtos de origem animal, de que destacaria a abertura do mercado da China para a carne de porco portuguesa», sublinhou.
Capoulas Santos considerou ainda que os agricultores portugueses deram um «exemplo de resiliência», tendo em conta os constrangimentos a que estiveram sujeitos.
«Este é um setor que tem vindo a crescer acima do resto da economia e se conseguiu fazê-lo nestas condições, em situações normais, como aquelas que espero que venham a acontecer no futuro, este será um setor que avançará muito», concluiu.
Fonte: Lusa