A Comissão Europeia colocou sobre a mesa as negociações com Mercosul, uma oferta de acesso ao mercado comunitário de carne de bovino e etanol, de forma a acelerar as conversações.
Em concreto, a Comissão avança com uma quota de mercado de 70 mil toneladas de carne de bovino entre fresca e congelada e 600 mil toneladas de etanol. A nova ronda de negociações comerciais teve início esta segunda-feira, dia 2 de outubro até o próximo dia seis de outubro.
Em maio de 2016, o próprio comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan, durante uma entrevista com os dirigentes da organização agrícola galesa NFU Cymru, anunciou que a Comissão Europeia havia decidido retirar a carne de bovino da lista de negociação com Mercosul. No entanto, ao longo destes meses, o Brasil tem vindo a insistir que não é possível o acordo sem incluir a carne de bovino e o etanol.
Nas negociações iniciais, Mercosul pediu uma quota de carne de bovino com uma taxa reduzida de 300 mil toneladas, enquanto a União Europeia (UE) avançou com uma quota de 78 mil toneladas, o que leva a retorcer quase ao ponto de partida.
Parece bastante incompreensível que a UE exija dispendiosas e numerosas medidas a produtores e industria para a produção de carne de bovino, devido às exigentes normas de segurança alimentar e bem-estar animal no mundo e, ao mesmo tempo, queira abrir o seu mercado ao Mercosul quando ainda não terminaram as investigações sobre o escândalo da carne de bovino brasileira. Durante mais de 10 anos, os certificados de exportação forma falsificados e os requisitos veterinários não forma cumpridos no Brasil, recorda o Copa-Cogeca.
A quota de carne equivale a 1,7 milhões de vacas leiteiras na UE e daria lugar a cerca de 40 por cento de cortes de alto valor consumidos e não procedentes da União Europeia, segundo as estimativas do Copa-Cogeca.
Esta organização considera que esta oferta não apenas é devastadora para o setor da carne de bovino mas também chega num momento em que não se sabe o impacto das conservações do Brexit e com 45 por cento da carne irlandesa destinada ao mercado britânico.
Fonte: Agrodigital