A CONFAGRI, através do seu Secretário-Geral, Francisco Silva, participou esta manhã numa mesa-redonda/debate, promovido pelo Jornal Vida Económica e pela Agrovida, em formato digital, sob o tema “Desafios e oportunidades da nova PAC para Portugal”, que contou com a intervenção da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que deu a conhecer os resultados do “super-trílogo” entre o Conselho, o Parlamento Europeu, e a Comissão europeia, que decorreu na passada semana.
Além da participação da Ministra da Agricultura o debate contou a intervenção dos Eurodeputados Álvaro Amaro (PSD), Isabel Carvalhais (PS), Francisco Guerreiro (independente), Sandra Pereira (PCP), Nuno Melo (CDS) e Marisa Matias (BE), e representantes de outras confederações do sector.
O debate foi moderado por Arlindo Cunha, presidente da Comissão Vitivinícola do Dão e antigo ministro da Agricultura.
Na sua intervenção, Francisco Silva, Secretário-Geral da CONFAGRI, referiu que “o grande desafio que temos pela frente é que o futuro da nossa agricultura estará condicionado pelo que será a coerência entre a PAC, o Pacto Ecológico e a Política Comercial da União Europeia” sublinhando que “a produção agrícola tem de contribuir e dar resposta à segurança alimentar dos cidadãos europeus e que Portugal precisa de continuar a produzir bens alimentares de qualidade, substituindo importações e exportando”.
“Para conseguir continuar a produzir de forma sustentável, com respeito pelos recursos naturais, a nova PAC tem de dar resposta e criar novas oportunidades, apoiando métodos de produção sustentáveis, inovando nos produtos e no comércio e garantindo a segurança dos alimentos para os consumidores”, destacou o responsável.
Prosseguiu referindo que “a CONFAGRI defende prioritariamente a vertente da produção e é contra a transferência de recursos financeiros do 2º pilar para o 1º pilar na futura PAC, pois o investimento é fundamental para o futuro. A agricultura portuguesa necessita de meios financeiros para investir na produção e nos novos desafios climáticos. A nossa estrutura produtiva ainda é débil, devemos continuar a apoiar a modernização das explorações, o acesso às novas tecnologias, a gestão e utilização de recursos hídricos, os circuitos de comercialização, com o apoio das Cooperativas e Agrupamentos de Produtores, conforme preconiza a Estratégia do Prado ao Prato, reforçando a posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar.
Investir é construir o futuro e acreditar que a agricultura tem futuro. Na nossa perspetiva a agricultura portuguesa necessita de continuar a produzir bens alimentares de qualidade, precisa de uma gestão eficaz e criteriosa dos recursos hídricos, aumentando a capacidade de armazenagem e da área de regadio, precisa de desenvolver produções amigas do ambiente como a produção biológica, mas também devemos ter presente a questão do equilíbrio territorial, dos incêndios, da maior equidade na distribuição dos apoios e não esquecer que existem milhares de agricultores produtores que não têm apoios da PAC”.
Concluiu referindo que “a produção de bens alimentares de qualidade deve estar na primeira linha das prioridades da nova PAC, para podermos alimentar a população, para podermos substituir importações e aumentarmos as exportações”.