Estudo que avaliou o setor desde os anos 1960 até à atualidade destaca como o continuado investimento em I&D conduziu a avanços significativos na eficiência e na segurança dos produtos fitofarmacêuticos, permitindo disponibilizar novas e importantes ferramentas aos produtores agrícolas.
O elevado nível de investimento da Indústria da Proteção das Plantas em investigação e desenvolvimento de novas soluções, conduziu a uma melhoria contínua tanto na eficiência, como no perfil de segurança dos produtos fitofarmacêuticos (PF), de acordo como um relatório.
O trabalho, intitulado “The Evolution of the Crop Protection Industry Since 1960” e levado a cabo pela empresa analista de mercado Phillips McDougall, refere como os avanços tecnológicos ajudaram a Indústria da Proteção das Plantas a ir ao encontro das expectativas dos consumidores por produtos mais seguros e, ao mesmo tempo, a cumprir a sua missão de ajudar os agricultores a produzirem mais e melhores alimentos.
O relatório mostra que, desde 1950, a dose média de PF aplicada por hectare reduziu em 95 por cento, o que significa que, atualmente, os agricultores precisam de utilizar muito menos quantidade de produto para obterem os mesmos níveis de eficácia.
Já a quantidade de alimentos produzida por cada quilo de substância ativa aplicada aumentou mais de 10 por cento, desde a década de 80. Ao mesmo tempo, o perfil de segurança dos produtos também melhorou significativamente.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica os PF em quatro categorias, que vão desde a Classe I (extremamente tóxico) à Classe U (pouco provável de ser perigoso). A investigação da Phillips McDougall veio provar uma redução média de 40 por cento na toxicidade aguda das substâncias introduzidas no mercado desde os anos 60 e indica ainda que metade das que foram introduzidas desde 2000 pertencem à Classe U e nenhuma à Classe I.
Para o diretor executivo da Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA), António Lopes Dias «os avanços da Indústria da Proteção das Plantas são verdadeiramente notáveis e a atividade agrícola é cada vez mais segura, eficiente e sustentável, muito graças ao investimento em tecnologia e inovação levado a cabo nos últimos anos. Portugal é um exemplo dos dados apresentados no estudo e os nossos agricultores estão cada vez mais dotados de ferramentas e técnicas inovadoras, o que explica porque é que os nossos alimentos são dos mais seguros da zona Euro, como apontou o último relatório da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA [sigla em inglês]). No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer no que diz respeito ao esclarecimento dos consumidores para os verdadeiros benefícios dos PF na qualidade, segurança e preços acessíveis dos alimentos que chegam às suas mesas, diariamente».
Contudo, é importante notar que a capacidade por parte dos sistemas regulatórios dos países em vias de desenvolvimento de proteger a informação confidencial e a propriedade intelectual relacionadas com um novo produto, é normalmente débil, prejudicando o investimento da indústria, sufocando a inovação e, muitas vezes, deixando os agricultores sem acesso às novas tecnologias tão necessárias para a sua atividade.
Para Howard Minigh, Presidente da CropLife International e representante da indústria da ciência das culturas, os dados deste relatório vieram comprovar o progresso de uma focalização por parte da indústria em fazer cada vez melhor.
«O nosso compromisso é assegurar que os nossos produtos são seguros para as pessoas e para o ambiente. Ao mesmo tempo, precisamos de fornecer soluções que vão ao encontro das expectativas e necessidades dos produtores agrícolas, para que possam proteger as suas culturas de danos. Como inovadores que somos, não vamos ficar por aqui: a indústria vai continuar a ultrapassar todos os limites e barreiras para termos produtos fitofarmacêuticos ainda mais seguros; para ajudar os agricultores a enfrentar grandes desafios como as alterações climáticas, alimentar uma população em acelerado crescimento e proteger a biodiversidade e os recursos naturais», refere.
Fonte: Agronegócios