A praga estava instalada: era o Mal do Panamá e afetou significativamente a Matanuska, uma das maiores empresas de banana do distrito de Monapo, em Nampula, norte de Moçambique.
Com a declaração de falência, em 2018, estima-se que 2.500 pessoas tenham sido afetadas, direta e indiretamente.
O Mal do Panamá, ou fusariose, é uma doença da planta da bananeira provocada por um fungo no solo que ataca a planta pela raiz, obstruindo a circulação da seiva nos vasos.
O fungo pode perdurar por décadas no solo, a sua remoção é difícil e tem várias formas de disseminação, pela água, equipamentos ou plantas contaminadas, levando ao contacto de raízes saudáveis com esporos liberados por plantas doentes.
O nome surge depois de os primeiros relatos de grandes prejuízos terem sido relatados na América Central e do Sul no início do século XX.
Em Nampula, a empresa Jacarandá ainda tenta sobreviver à praga, mas a luta é dura. Só nos terrenos desta firma, o fungo já terá devastado 50 hectares da área de produção.
Enquanto isso, o Ministério da Agricultura quer, com o apoio de parceiros, recuperar a indústria da banana até aos níveis em que já esteve com o funcionamento da empresa Matanuska, que exportava a fruta para vários países de África.
Técnicos governamentais realizaram um encontro, recentemente, em Nampula, sobre as medidas de combate ao Mal do Panamá e recomendaram uma aposta na investigação.
Já em 2014, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) exortara os países, especialmente da América Latina, a reforçarem a prevenção deste fungo.
Segundo a FAO, a melhor maneira de combater a doença é evitar a sua propagação, o que inclui evitar o movimento de materiais de plantas doentes e as partículas do solo contaminadas.
Há um ano, o Governo moçambicano proibiu a circulação de banana produzida em Cabo Delgado e Nampula, bem como «a movimentação de material de propagação, nomeadamente rebentos e plântulas».
Fonte: Diário de Notícias