Os serviços da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária identificaram plantas portadoras da bactéria Xylella fastidiosa em Portugal. A Direção-Geral da Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia foi já informada da situação.
«As autoridades nacionais desencadearam já todas as ações recomendadas, tendo em vista a identificação e contenção da situação», garante a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
A amostra foi colhida pelos serviços da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAP Norte) no âmbito do “Programa Nacional de Prospeção de X. fastidiosa”, em plantas do género Lavandula, planta ornamental vulgarmente conhecida por lavanda, sem sintomatologia da doença, em Vila Nova de Gaia.
«O local de colheita da amostra foi já devidamente inspecionado por uma brigada mista de técnicos da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, que procederam ao levantamento da situação e à colheita de amostras, tendo sido determinada a destruição das plantas», afirma um comunicado da DGAV.
A DGAV acrescenta que, ao longo dos próximos dias, os trabalhos de levantamento de plantas sensíveis num raio de 100 metros, denominada zona infetada e a respetiva colheita de amostras vão prosseguir.
Entretanto, terá início o processo de identificação da flora sensível ao agente bacteriano num raio de cinco quilómetros, considerada a zona tampão, que será levado a cabo em colaboração com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e com as Câmaras Municipais de Vila Nova de Gaia e de Gondomar.
Será também divulgado um Edital referente à Zona Demarcada, constituída pela zona infetada e pela zona tampão, identificando a área em causa.
A análise positiva foi obtida pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e confirmada pelo Laboratório Europeu de Referência (ANSES), aguardando-se informação relativamente à estirpe da bactéria.
A Direção-Geral da Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia (DG SANTE ) foi já informada da situação e a DGAV está a preparar a respetiva notificação EUROPHYT.
A praga das oliveiras e não só
21 de Outubro de 2013. Itália informa os outros Estados-membros e a Comissão Europeia da presença da Xylella fastidiosa no seu território. A bactéria foi encontrada em duas áreas distintas da província Lecce, na região de Apúlia. Posteriormente foram identificados outros dois focos diferentes na mesma província. A identificação em Apuglia (Itália meridional) representa a primeira deteção confirmada na Europa.
27 de Julho de 2015. As autoridades francesas notificaram a deteção do primeiro foco da bactéria Xylella fastidiosa na Córsega, em plantas ornamentais da espécie Polygala myrtifolia que apresentavam sintomas de dessecamento parcial. A presença desta bactéria foi já confirmada relativamente a várias espécies de vegetais, incluindo a oliveira, a amendoeira, o loendro e o carvalho.
O género Xylella, criado por Wells et al. (1987) é composto por uma única espécie, a Xylella fastidiosa. A espécie inclui várias estirpes e caracteriza-se por um crescimento lento em meios de cultura.
As colónias crescem em meios artificiais, a 26-28°C, a pH entre 6, 5-6, 9, podem ser lisas ou rugosas, opalescentes e circulares. É uma bactéria vascular que vive no xilema das plantas, sendo transmitida por insetos.
Fonte: Agricultura e Mar Actual